posteriormente recebemos foi de que se estava armando uma frota na Baía, com o fim de transportar forças com que auxiliar os rebeldes. Para investigar esse ponto, achamos que nenhum expediente seria melhor do que enviar para lá os senhores Gysbert de Wit e Ditrk Hoogstraeten, com as instruções secretas de que anexamos cópia. Esses senhores partiram a 25 do mês findo.1 Soubemos, depois, que certo capitão português havia sido ultimamente encaminhado da Baía para cá, acompanhado de um alferes e três soldados, a fim de concitar os nossos súditos à rebelião, sob promessa de socorros que de lá viriam. Já demos todas as providências para localizá-los e capturá-los. Jamais deixaremos de adotar qualquer medida que, nas circunstancias, possa contribuir para a preservação deste Estado.
Recife, 13 de fevereiro de 1645.
No dia 4 de abril,2 o Grande Conselho foi informado por carta, que da Paraíba lhe dirigiram Isaak Rasiere e o Capitão Blaeubeek, ser voz corrente naquela região que Camarão, chefe dos brasileiros se achava em marcha do Sertão para o Ceará, a fim de se reunir com os brasileiros da região e atacar a Capitania do Rio Grande. À vista disso, o Conselho expediu ordens a Hans Vogel, Governador de Sergipe d'El Rei para que se informasse e lhe comunicasse com presteza o que conseguisse apurar sobre a presença de Camarão com sua tropa no Rio Real, ou, caso contrário, se estava em marcha e quais seriam suas intenções. Transmitiu, ainda, o Conselho instruções ao povo da Paraíba no sentido de que procurasse saber qual a origem desses boatos e o informasse a respeito.
A 15 de maio, chegou a resposta de Hans Vogel, datada de Sergipe d'El Rei, 25 de abril, na qual comunicava ao Conselho que, de conformidade com as ordens recebidas, havia enviado um sargento e alguns soldados ao Quartel General de Camarão, situado a cerca de 12 léguas3 de Sergipe, sob o pretexto de procurar desertores. Informaram esses militares, ao regressar, que as forças de Camarão consistiam em 200 portugueses e 1.200 brasileiros e que se achava toda acantonada no mesmo lugar, ocupada, em sua maioria, em cultivar a terra, pois que o próprio Camarão estava na Baía, onde tinha ido assistir às solenidades da Páscoa. Foram, assim, levados a crer que as notícias de que essas forças estavam em marcha não passavam de pura fantasia. Entretanto, dois dias mais tarde, esses boatos voltaram a circular, desta vez trazidos
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Nota 208: Nieuhof escreveu (p. 66, 2a coluna, 1° §): [i]die den vijf en twintighstenpassato vertroeken zijn...
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Nota 209: Na tradução inglesa (p. 49, 2ª coluna, 2a §) foi omitido o mês de abril. (Compare-se com a p. 66, 2a coluna, 2° § da edição holandesa).
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Nota 210: O tradutor inglês (p. 50, 1a coluna, 1° §) escreveu 10 léguas, quando se trata de 12 léguas (ed. holandesa: p. 67, 1a coluna, 1° §). Cf. nota 42.
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