de 300 homens dispersos em guarnições, ao norte, próximo ao Rio Real, junto às nossas fronteiras. Compunham-se eles da escória social das respectivas regiões. Por esse motivo, não podiam ser aquarteladas na Capital, pois, já se tinham dado rixas entre as guarnições, tendo exigido a presença de oficiais superiores para dirimi-las. Os três regimentos portugueses compreendiam cerca de 2.700 homens aquartelados em São Salvador e nos fortes circunjacentes, com exceção de duas companhias, das quais uma fora destacada para as proximidades do Rio Real e a outra para a Ilha do Morro de São Paulo. A esse número, havia, ainda, que acrescer 100 homens enviados para as Capitanias de Ilhéus, Porto Seguro e Espírito-Santo. Assim, pois, todas as guarnições de São Salvador e dos fortes vizinhos somavam pelo menos 2.300 homens, cada Companhia contando aproximadamente cem homens escolhidos e bem uniformizados. Quatro companhias mantinham-se de prontidão todas as noites, a saber: uma no Palácio, uma em cada porta da cidade e a quarta nos fortes marítimos, fora da cidade.
II - Quanto à força naval dos portugueses, as observações procedidas revelavam insignificância, pois eram elas mais consideráveis em número que em poder ofensivo. Consistiam em apenas 50 unidades, a saber: UO caravelas, 2 navios de pequeno porte e iates, inteiramente desaparelhados para a guerra, não tendo os delegados conseguido observar preparativo algum nesse sentido. Parece que a missão principal da frota lusa consistia em proteger os navios destinados à Metrópole contra os ataques de piratas castelhanos e dinamarqueses e de corsários turcos. Pelo que conseguiram os embaixadores observar durante a sua permanência na Baía, lá haviam chegado dois poderosos navios de guerra portugueses, com tripulação de 600 homens cada um e bem municiados, sob o comando de Salvador Correia de Sá. Esses navios tinham ordem de ir até o Rio de Janeiro para de lá escoltar até a Baía os que estivessem em condições de zarpar, e, em seguida, comboiá-los, juntamente com outros que daí deveriam partir, até às costas portuguesas. Por essa razão, outras naus cujas partidas estavam marcadas para dias diferentes, segundo a conveniência de cada uma, tiveram ordem de aguardar sua inclusão no mesmo comboio. Por esses navios de guerra soube-se que o Rei de Portugal proibira a construção de caravelas e outras embarcações pequenas para que as atividades dos estaleiros se concentrassem na construção de barcos mais bem aparelhados para a guerra marítima.
Pelo que informaram o delegados holandeses, podiam-se prever graves inconvenientes para os portugueses, decorrentes da alta dos fretes que o sistema de comboios certamente provocaria, com relação às mercadorias transportadas do Brasil português para a Europa, especial-