CARTA DO GOVERNADOR
Carta do Governador.
Gysbert de Wit, Conselheiro de vossa Corte de Justiça, e Dirk Hoogstraeten, comandante em chefe do Cabo de Santo Agostinho, deputados de Vs. Excias., aos quais recebi de acordo com suas credenciais e merecimentos, entregaram-me vossa carta aventando vários assuntos que se achavam autorizados a tratar comigo. Posto que me tenha esforçado, de todas as maneiras, por cultivar e manter as boas relações de vizinhança, vejo-me, entretanto, constrangido a confessar com franqueza,, que escapa à minha alçada dar-vos resposta mais satisfatória que a, presente. Quero crer que as inúmeras provas que tendes tido das minhas sinceras disposições constituem o penhor de que estarei sempre pronto, em tudo quanto dependa de meu governo, a evidenciar as mesmas demonstrações de obediência e fidelidade ao Rei, meu Senhor, a quem apraz que seja inviolavelmente observada a trégua pactuada, e, bem assim, das minhas sinceras intenções e do apreço em que tenho a vossa amizade, nada mais desejando senão que me proporcioneis oportunidade de vos dar uma demonstração real de minha solicitude em vos servir. Recomendo-vos à proteção do Altíssimo.
Antônio Teles da Silva
Baía, 14 de fevereiro de 1645. Assinado
Com respeito aos seis pontos das instruções secretas que levaram, foi o seguinte o relatório apresentado ao Grande Conselho pelos enviados holandeses:
Relatório dos enviados, ao Conselho.
I - Que as forças portuguesas daquelas regiões eram geralmente avaliadas por uns em 3.000 e 3.000 ou 3.500 por outros, sem incluir os brasileiros nem os negros.1 Entretanto, pela investigação mais acurada a que haviam procedido, calculavam que elas não excedessem de 3.000 homens, inclusive brasileiros e negros, e aí compreendidas todas as guarnições tanto do Norte como do Sul, até o Rio de Janeiro. Consistiam elas em cinco regimentos, ou sejam: três de portugueses, sob o comando dos coronéis João de Araújo, Martins Soares e N. N., o quarto de brasileiros sob as ordens de um coronel brasileiro, Antônio Filipe Camarão, e o quinto de negros, sob o comando do preto Henrique Dias. Quanto a estes dois últimos regimentos, não excediam eles, englobadamente
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Nota 204: O tradutor inglês escreveu: "entre 3.000 e 4.000 homens". (Cf. p. 61, 1a coluna, 2° § da ed. holandesa e p. 46, 2a coluna, 2° § da trad. inglesa).
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