O Grande Conselho dirigiu, em resposta, uma carta ao Rei do Congo e outra em iguais termos ao Conde de Sonho exortando-os à paz e reme-tendo-lhes os seguintes presentes em nome da Companhia:
AO REI
Uma longa capa de veludo negro, com galões de prata;
Um manto debruado com rendas de ouro e prata;
Um paletó de veludo e
um chapéu de castor com fita prateada.
AO CONDE
Uma cadeira de braços, forrada com veludo vermelho e guarnecida com franjas douradas;
Uma longa capa de veludo com galões de ouro e prata;
Um manto de rendas de ouro e prata;
Um chapéu de veludo e um chapéu de castor com fita de ouro e prata. 1
Enquanto estiveram no país, foram os embaixadores hospedados com todas as honras devidas ao seu elevado cargo. Mostraram-se muito hábeis no jogo do espadão, no qual exibiam as mais terríveis expressões e atitudes. Compreendiam perfeitamente o latim, e, nessa língua, fizeram várias orações eruditas.
Nova suspeita de revolta.
A 13 de outubro de 1644, certo judeu, de nome Gaspar Francisco da Cunha, e mais dois outros de destaque na colônia comunicaram ao Conselho que haviam sido informados por alguns judeus do interior, com os quais mantinham correspondência, que os portugueses estavam conspirando contra o Brasil Holandês, expondo igualmente ao Conselho os fundamentos dessa informação. Após haver testemunhado seu agradecimento aos anciãos por essa demonstração de zelo, o Conselho resolveu não descansar enquanto não descobrisse os planos dos portugueses. Informado de que os lusos aguardavam a chegada, por via marítima, de armas e munições, determinou o Conselho, a 17 de outubro de 1644, 2 que o iate Nieuwenhuisen, acompanhado de um galeão e uma chalupa, fizesse o patrulhamento do litoral a fim de manter estrita vigilância sobre os navios que pretendessem se aproximar de terra.