Novos diretores enviados ao Brasil.
Isso no que respeita apenas o Brasil Holandês. Prosseguiremos, agora, a relatar quanto se passou durante a nossa permanência no país.
Em 1640, os senhores Hendrik Hamel - um dos diretores da Companhia das índias Ocidentais pela Câmara de Amsterdã - e Dirk Kodde van der Burgh, ambos dotados de excelentes qualidades para dirigir a colônia e senhores de notável experiência comercial, foram enviados ao Brasil por solicitação do Conselho dos XIX. Lá chegaram a 8 de agosto, quando seus antecessores os conselheiros e diretores Mathias Van Keulen e Johan Gijsselingh resignaram seus cargos em favor deles, transmitindo assim a direção suprema do Brasil Holandês, sob o governo João Maurício, Conde de Nassau.
Brasil Holandês.
Por essa época achavam-se sob a jurisdição dos Estados Gerais as seguintes Capitanias: Pernambuco, Itamaracá (à qual pertence Goiana),
Paraíba, Rio Grande e Ceará, que constituem a parte setentrional do Brasil. A parte sul, compreendendo as Capitanias de Baía, Ilhéus, Porto Seguro, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Vicente, permanecia sob o domínio dos portugueses, que povoavam o país até o Rio da Prata. Alguns meses mais tarde, a ilha de Maranhão foi anexada ao Brasil Holandês, mas, não sendo compensada a despesa que tínhamos para defendê-la dos portugueses, dispôs-se a Companhia a abandoná-la, o que de fato fez em 1644, ou melhor, para confessar a verdade, foi forçada a abandoná-la em virtude da aliança entre os portugueses e os naturais do Grão-Pará. 1
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Nota 172: A 25 de dezembro de 1641 assomava à barra a esquadra do Almirante Jol, composta de 18 navios, com 2.000 homens. A 31 de dezembro retirava-se a mesma, deixando um governador com 500 homens e 4 navios. Um ano após a conquista, começaram as guerrilhas, contra os dominadores. A 28 de fevereiro de 1644, embarcaram os holandeses. O auxílio que os do Grão-Pará prestaram aos restauradores do Maranhão foi diminuto. A primeira ajuda foi praticamente nula, pois antes de chegarem ao Maranhão os holandeses receberam socorro de Pernambuco. João Velho do Vale e Pedro Maciel, pouco depois, desertaram para o Pará, com o pouco auxílio que haviam trazido. Mais tarde é que chegou o capitão Antônio de Deus, vindo do Pará, com algumas arrobas de pólvora, murrão e bala em proporção. (LIII, pp. 308-319). Comparar com a nota 24.
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