808 homens embarcados em 4 navios e 7 iates. Keulen apoderou-se, não apenas do forte, mas, ainda de toda a Capitania. Foi então que a velha fortaleza de Três Reis passou a chamar-se forte Keulen, em homenagem ao chefe da expedição.
Era hábito dos Tapuias fazerem uma ou duas incursões anuais, nessa Capitania, principalmente durante a seca que os privava de água fresca. Mantinha-se, assim, viva a animosidade entre portugueses e nativos. Informados os Tapuias de que os portugueses pretendiam se revoltar contra os holandeses, já tendo mesmo iniciado a insurreição em Pernambuco, invadiram Cunhaú sob a direção de um de seus chefes, Jacob Rabbi, lá trucidando 36 pessoas num engenho de açúcar pertencente a Gonsalvo d'Oliveira. Daí dirigiram-se para o lugar onde os lusos haviam construído sua linha de defesa, tomaram-na de assalto e passaram a fio de espada os seus defensores. Disseram-nos os brasileiros que haviam assim procedido em represália ao que lhes fizera André Vidal em Serinhaém, depois de já terem sido indultados. Disso nos ocuparemos de novo mais adiante. Desde então os portugueses mantiveram deserta essa zona; os batavos pretenderam povoá-la novamente e reconduzi-la à situação que desfruta sob o domínio português, mas foram forçados a desistir da empresa, por falta de gente.
Ceará
A Capitania de Ceará 1 compreende uma das regiões mais setentrionais do Brasil, limitando-se, ao norte, com o Maranhão, do qual a
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Nota 156: Esse trecho sobre o Ceará já foi traduzido por Pedro Souto Maior, e publicado na Revista da Academia Cearense, tomo XII, 1907, Ceará, Fortaleza. Em fins de 1633, fora o seu litoral explorado pelo iate Nieuw Nederlandt, do capitão Joost Coolster. A 14 de outubro de 1637, partiam do Recife os iates De Brack e De Hemp Haen, conduzindo 126 soldados sob o mando do major Garstman. A 25 fundeavam na Baía de Mucuripe. A 26 marchavam, com Algodão, em direção ao forte comandado pelo capitão Domingos da Veiga Cabral. Aí ficou o Tenente Hendrik Ham, voltando Garstman para o Recife. Em carta datada de 15 de janeiro de 1638, o Supremo Conselho do Brasil comunicava ao Conselho dos XIX: "Agora que o Syará foi conquistado não resta em poder dos portugueses mais nenhuma praça até o Maranhão".
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