1645, descobriu sob o citado rochedo uma fonte de água pura, que mais tarde veio a ser de valor inestimável para a guarnição, visto não poder ser interceptada pelo inimigo.
Um pouco mais acima do rio Itamaracá, acha-se a ilha de Magiope, onde há grande abundância de mandioca. Esta ilha - que dispõe de um pequeno porto em cada extremidade, um ao norte outro ao sul, sendo que este último é o melhor - pode ser facilmente contornada em bote. Junto ao ancoradouro setentrional há um banco de areia que apenas deixa um canal navegável com 10 ou 12 pés de água. O único porto utilizável da região é, portanto, à entrada meridional do rio que faz de Itamaracá uma ilha, onde podem ingressar navios calando até 14 ou 15 pés, conquanto o ancoradouro não seja lá muito bom. A extremidade em que o rio volta a se reunir ao mar foi, pelos batavos, denominada Entrada Norte, e, pelos portugueses, Catuama.
Os rios Marasarinha e Igarassú.
Entre Pau-Amarelo e o rio Itamaracá, desemboca um curso navegável, denominado Marasarinha, e, meia milha antes da foz do segundo, outro, de menor importância, nele lança suas águas: o Igarassú. Daí para o norte encontram-se vários rios navegáveis por balsas e que são utilizados pelos engenhos de açúcar da região.
Ponta de Pedras.
Cerca de meia milha acima da Entrada Norte de Itamaracá sobressai um promontório denominado pelos portugueses Ponta de Pedras e rodeado de recifes, entre os quais só é possível a navegação em barcas e iates. Ainda a uma milha ao norte desse ponto e três a noroeste de Itamaracá, encontra-se o riozinho chamado Goiana a 7o e 46', que desemboca na baía, em dois braços. Em sua foz vê-se um rochedo enorme sobre o qual pousam numerosíssimas gaivotas. Enorme recife protege-lhe a entrada, mas a grande quantidade de bancos de areia torna perigosíssima a passagem por ali.
Rio Auiaí.
Para além do rio Goiana, a mais ou menos três milhas e meia de distância, há um grande rio chamado Auiaí, 1 cuja foz é de tal forma obstruída por bancos de areia que apenas permite a passagem de embarcações pequenas. Recebe esse rio vários afluentes, no interior. À margem de um deles assenta-se a aldeia de Maurício, na de outro, a de Auiaí.
Porto Francisco.
O Porto Francisco está situado numa enseada de três grandes milhas de comprimento ao norte do rio Auiaí. Cinco milhas a noroeste do mesmo rio encontra-se o Gramame, não navegável, além de vários outros riachos.
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Nota 126: O tradutor inglês escreveu duas léguas e meia (p. 26, 1a coluna, 3° §). - Nieuhof escreveu Auyay (p. 37, 2a coluna, 8° §). Terá relação com o Ay, primitivo nome da foz do rio Igarassú? (Cí. Alfredo de Carvalho, XXV, 12-13).
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