te-se aqui, seu sapo imundo." Esse papagaio foi depois oferecido à rainha da Suécia.
Além desses, há um certo passarinho que, conquanto não exceda o tamanho de uma falange, faz grande ruído, sendo fácil apanhá-lo, até com as mãos, enquanto adeja de flor em flor, à cata de alimento. De qualquer lado que se mire esta avezinha minúscula, suas penas revelam cores novas, variegadas. Por isso as brasileiras atam-nas com fios de ouro à orelhas, à guisa de brincos. No Brasil os pássaros jamais sofrem falta de alimento, pois encontram-no sempre, em abundância, entre as flores e os frutos; lá, as árvores não perdem as folhas durante o inverno.
Peixes.
Os rios e lagos brasileiros, bem como o mar junto à costa, são riquíssimos em todas as variedades de peixes e estes entram tão largamente no regime alimentar do povo, que nem mesmo os doentes atacados de febre os dispensam. As lagoas do litoral, que por vezes secam completamente, produzem grande quantidade de lagostas, tartarugas, camarões, caranguejos, ostras e várias outras espécies alimentícias. No Brasil, nota-se grande fartura de peixe, tanto do mar como de água doce, especialmente na estação chuvosa, quando a enorme descarga das correntes fluviais atrai para os rios os peixes marítimos, os quais, retidos pela abundância de algas no leito dos caudais, não mais voltam para o mar.
Dentre os peixes de água doce, os mais conhecidos são o Duja, a Prajuba e o Acará-pacú 1, assemelhando-se este último à maior das percas européias.
Proliferam ainda, no Brasil, várias espécies de insetos, alguns dos quais atingem quatro dedos de comprimento e uma polegada de espessura. Também lá se conhece o bicho da seda ao qual os naturais dão o nome de isocucú. À seda, propriamente dita, chamam isocure-nimbo 2. Há ainda que mencionar as numerosas espécies de pirilampos, que também se encontram nas índias Orientais e dos quais nos ocuparemos mais adiante. Citaremos, ainda, as moscas, os besouros e finalmente as vespas e abelhas, algumas das quais produzem mel, outras não.
Aranhas.
Entre as numerosas variedades de aranhas lá existentes, uma delas se destaca pelo seu tamanho prodigioso e é freqüentemente encontrada
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Nota 111: Em Piso (LXX, 10) Duja e Piajuba. Em Marcgrave (LXX, 145), Acarapucu. Nieuhof (p. 31, 2a coluna últ. §) escreveu Akarapuku. Etimologia: cara,cascudo, escamoso, (III, 20) ; acará, também escamoso, cascudo, nome de grande número de peixes; pucú, longo, comprido, extenso (id. 427). Cf. III, 68. (id. 427).
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Nota 112: Nieuhof escreveu Isokuku e Isokurenimbo (p. 32, 1-a coluna , 2° §). Marcgrave escreve (LXX, 252): Isocucu Bombyx est, unde & Brasilienses sericum vocantIsocurenimbo.
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