Memorável Viagem Marítima e Terrestre ao Brasil

Escrito por Nieuhof, Joan e publicado por Livraria Martins

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bilíssima residência de verão a que os portugueses denominaram "Boa Vista". Era rodeada de aprazíveis jardins e lagos de peixes que também serviam de baluarte para a defesa da ilha de Antônio Vaz e da Cidade Maurícia.

O Forte da Terra.

Junto ao recife de areia, olhando para o mar ou para o Forte do Mar, havia uma grande fortaleza de pedra a que os portugueses chamavam S. Jorge, e que nossa gente denominava Forte da Terra, para distingui-lo do primeiro. Esse forte defende a entrada do porto com 13 peças de ferro.

O Forte do Bruin.

A cerca de um tiro de mosquete em direção ao norte, levantava-se sobre o mesmo recife de areia um pequeno forte com quatro bastiões, chamado Forte do Bruin, e daí para o norte, a uma distância de mais um tiro de mosquete, havia um reduto chamado de Madame Bruin, tendo sido construídas pelos holandeses ambas essas fortificações.

O Forte de Waerdenburgh.

Próximo ao continente, não muito longe das salinas, entre o recife de areia e a Ilha de Antônio Vaz, havia um forte triangular com o nome de Waerdenburgh. Era a princípio quadrilátero, mas, posteriormente, os holandeses deram-lhe a forma triangular, à vista da impossibilidade de defender o quarto baluarte, dada a configuração do terreno. Os três baluartes foram, depois, transformados em outros tantos redutos armados com canhões de bronze. Por ocasião das marés altas, o forte ficava inteiramente cercado pelas águas.

A CIDADE DE OLINDA

Olinda

A pequena distância do Recife, ou Cidade Maurícia, em direção ao norte, encontram-se as ruínas da cidade de Olinda, outrora famosa sob o domínio português, pois era por aí que o Brasil exportava para a Europa toda a sua produção. A melhor parte da cidade assentava-se sobre diversas colinas. Ao sul, do lado do mar, essas colinas eram bastante suaves, descendo até a praia que se apresentava, por toda a extensão da costa, coberta de uma areia muito branca. Já para o lado da terra, ou ao norte, os cômoros eram mais escarpados e íngremes, cheios de espinheiros e entremeados de laranjeiras, aqui e acolá. Essas colinas constituíam reforço natural da defesa da cidade que, ademais, era defendida por vários baluartes do lado de terra, embora a grande diversidade dos acidentes orográficos da região dificultasse a construção de fortificações regulares. Da parte mais alta da cidade tinha-se uma linda vista, tanto para o sul como para o norte, quer para o lado do mar como para o de terra, em virtude da vegetação que circundava a cidade e que se mantinha sempre verde através das estações. Dali também se avistava a