A Cidade Maurícia
Na face leste desta ilha, o Conde Maurício lançou os fundamentos da cidade que, em sua homenagem, veio a se chamar Cidade Maurícia. Contribuíram com materiais para a construção desta cidade as ruínas das igrejas e mosteiros de Olinda, transportadas para o Recife e daí para Maurícia.
Pelo lado oeste é a cidade cercada de alagadiços e a leste banhada pelo mar, através do colar de pedras. Além disso está fortificada pelo lado da terra por uma muralha de taipas, por quatro baluartes e um largo fosso.
O forte Frederico Henrique
A cidade estendia-se para o lado em que se erguia o forte Ernesto e o casario ocupava área maior que no Recife. Entretanto, após a revolta dos portugueses a maioria desses prédios foi demolida e o povoado reduzido a um perímetro menor para que fosse melhor defensável; esse bairro, porém, foi sempre densamente habitado por comerciantes e artífices.
A Cidade Maurícia era guarnecida por dois fortes. Do lado do sul via-se o chamado Frederico Henrique ou forte Quinquangular em virtude de seus cinco baluartes - cercado por largo fosso, paliçadas e fortificado por duas cornas, uma grande, outra pequena com 8 peças de metal 1 de modo a dominar toda a planície que, na maré alta, costumava ser alagada pelo mar.
Forte Ernesto
O segundo forte, Ernesto, assim chamado em homenagem ao irmão do Conde Maurício, Johannes Ernestus, dispunha de quatro baluartes, com um fosso muito largo dominando o rio, as planícies e a Cidade Maurícia. Contíguo a esse forte encontrava-se o jardim do Conde Maurício, ostentando numerosas espécies vegetais provenientes da Europa e das Índias.
O Forte de Pedra
Sobre a extremidade norte do recife rochoso, do lado oposto ao de areia, encontrava-se o Forte de Pedra - assim chamado por ser todo construído desse material - com uma circunferência de cem passos. Era muito bem guarnecido e artilhado com 20 canhões grandes, mas, com o mau tempo, as águas do mar o lavavam de lado a lado. Esta fortaleza dominava o porto, o forte de terra, o forte Bruin e o Recife.
Ponte entre o Recife e a Ilha
Quando a Ilha de Antônio Vaz foi ligada ao continente por uma ponte, viu-se a necessidade de ligá-la também ao Recife a fim de facilitar o transporte do açúcar que, até então, só podia ser para ali encaminhado na maré vazante, a menos que os comerciantes quisessem correr os riscos do transporte marítimo, em pequenas embarcações. E assim foi que o
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Nota 43: A tradução inglesa omitiu certos detalhes, como, por exemplo, a referência às 8 peças de metal (Comparar: ed. holandesa, p. 17, 1a coluna , 8° § e ed. inglesa p. 11, 1ª coluna 5.º §).
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