Porto Calvo.
A aldeia de Porto Calvo, a 25 milhas do Recife, possui 7 a 8 usinas de açúcar. Ali se encontra o forte Povoação 1 que só viemos a conquistar sob o governo do Conde Maurício.
As cidades de Alagoas do Norte e Alagoas do Sul estão a 40 milhas do Recife.
Na Capitania de Pernambuco há duas florestas, a que os portugueses chamam Palmares tanto a maior como a menor.
Os dois Palmares.
Os Palmares pequenos, que são habitados por 6.000 negros, encontram-se a 20 milhas além de Alagoas, rodeados de matas nas margens do pequeno Gungouí 2 3, que aflui para o grande rio Paraíba, 6 milhas mais ao norte, e a cerca de 4 milhas do rio Mondaí, ao sul da Alagoas do Norte, avizinhando-se de um ponto dessa região que é comumente conhecido por Jaraguá. Consiste a aldeia em 3 ruas, cada uma com mais ou menos meia hora 4 de extensão. As cabanas são de palha trançada, muito rentes umas às outras, com as plantações aos fundos. Conservam os pretos alguma coisa do culto religioso dos portugueses, dispondo, porém, de sacerdotes e juizes próprios.
Os negros ocupam-se em roubar os escravos dos portugueses, aos quais mantêm no cativeiro até que se alforriem capturando outros. Contudo os escravos fugitivos que a eles se vão reunir são tão livres quanto os outros.
Alimentam-se de tâmaras, batatas, feijão, farinha, mandioca, cevada, cana de açúcar, galinhas - que possuem em abundância - e de peixe que o lago lhes fornece 5.
Duas vezes ao ano procedem à colheita da cevada, finda a qual entregam-se a festejos durante uma semana inteira. Antes da época da semeadura acendem grandes fogueiras que duram 14 dias e que se
-
Nota 32: Nieuhof escreveu (p. 13, 2a coluna , 10º §) : "Castelo Povoaçano". Barlaeus (VII, p. 42) refere-se a esse forte Povoação e na edição holandesa (VIII, p. 46) está escrito Povoação. O Sr. Cláudio Brandão assim traduziu, seguindo a lição de Naber. (Cf. VIII, p. 50). Sobre o forte de Porto Calvo, cf. XV, p. 180, Cf. nota 13.
↩ -
Nota 33: [i](33 e 34) Nieuhof escreveu Gongohubi (p. 14, 1a coluna , 3° §), como, antes, fizera Barlaeus. O Sr. Cláudio Brandão anotou, muito bem, que a fonte parece ser Marcgrave (LXX, p. 261 e VII, p. 253 e nota 321). Escreveu o Prof. Cláudio Brandão Gungouí. Segundo J. van Walbeek e H. Moueheron, o Mondai despeja suas águas, na Alagoa do Norte, pelo lado ocidental (Cf. XCV, p. 53). Compare-se esta nota com a de número 38, onde mais uma vez se mostra como Marcgrave foi, sempre, a fonte segura dos autores coevos ou posteriores.
↩ -
Nota 34: Idem nota anterior
↩ -
Nota 35: O tradutor inglês escreveu:[/i] "each near half a league in lenght" (p. 8, 2a coluna ), enquanto o original holandês diz: "ieder van een halve uure lang" (p. 14, la coluna , 4° §). Trata-se, pois, de meia hora e não de meia légua.
↩ -
Nota 36: O tradutor inglês omitiu batatas e mandioca. Compare-se a p. 8, 2a coluna últ. § da ed. inglesa com a p. 14, 1a coluna , 8° § do original holandês. A tâmara e a cevada não eram nativas no Brasil. Possivelmente o autor se refere no primeiro caso a certas variedades de cocos, e no segundo ao milho americano.
↩