cão ou serpente. Se os vermes nascidos concomitantemente com a putrefação infestarem a parte afetada, devem combater-se com ungüento misturado ao pó amargo do fruto Angelyn com cinza de tabaco.CAPÍTULO XVDAS LOMBRIGASOs que vivem sob a zona tórrida sabem por experiência como nestas partes do orbe nada escapa ao risco da putrefação. Donde a enorme proliferação de insetos, principalmente de vermes, de sorte que quase nada deixam intacto. O mesmo sucede com o microcosmo, ao qual atacam freqüentemente as diversas espécies de vermes, não menos do que a todo este universo. Infestam de modo extraordinário tanto, na parte interna, as vísceras das crianças e adultos como, na externa, as feridas e úlceras, em conseqüência do ambiente cálido e úmido. São combatidos pelos cirurgiões, que limpam todas as feridas e úlceras. Curá-las e expulsar tantos inimigos ocultos não é fácil, dado o grande incremento da putrefação. Daqui provêm febres graves, para não dizer malignas, e outros sintomas. Explicou-me um anatomista que os vermes são comuns ao ânus e aos intestinos, mas muitíssimas vezes também ao estomago, à vesícula biliar, ao útero e até nascem no próprio coração. Estes causam cardialgias, delíquios do espírito, palpitações do coração, ranger de dentes e tremores noturnos. Donde sucede que os caquéticos dificilmente escapam à morte, com o hálito fétido como cadáveres vivos, a não ser que logo de início se lhes dêem remédios. Pensam que não se devem empregar antídotos e mitrídatos, embora famosos, por causa dos ardores das febres e outras razões tantas vezes repetidas. Eu mesmo, para dizer verdade, postos de parte os muito apreciados compostos, nos meninos e nos adultos obtive melhor resultado com o xarope de tabaco; e com razão o preferi pela insigne propriedade depurativa e abstersiva, tanto nesta doença como nas outras afecções frias e oriundas de venenos. Os mais usados remédios dos bárbaros e dos nossos são os frutos muito
Historia Natural Médica da Índia Ocidental
Escrito por Piso, Guilherme e publicado por Ed. Itatiaia. Ed. Universidade de São Paulo