cem nesses mesmos lugares, os bárbaros tiram fogo mais abundante do que pelo atrito da pederneira.Se há lugares um tanto secos, produzem as admiráveis trepadeiras ou antes cordas (texto em grego)1 denominadas geralmente Timbó e Çipó que pela sua flexibilidade e resistência servem de ligadura para os artífices e cesteiros, e de sumagre e de estopa, quando pisadas, para os pescadores, curtidores e carpinteiros navais. Entre estas trepadeiras, não menos digna de nota é a chamada pelos brasileiros Guembé. Tece-se como o cânhamo e esparto, além de outros usos, sobretudo para cabos de âncora; e nenhum material é mais adequado para cordas náuticas e para os embates do mar, pois, como esta planta gosta da salsugem, também a corda feita com ela, imersa nas águas, igualmente se reforça. Ligada às âncoras, sustenta muito bem as embarcações flutuantes no mar, não só pela natural rigidez, ou solidez de fabricação, como pelo próprio vigor e certa flexibilidade como de couro; de sorte que, quando o navio se lança para o alto, ela se estende, adelgaçando-se; e quando aquele está parado, de novo adquire sua grossura; isto não acontece às nossas enxárcias, cujas cordas se rompem por sua própria resistência e tenacidade.A maioria das árvores das florestas, quase nada sofrendo pela vicissitude do outono e da primavera, contudo não se revestem e despojam de ramos e folhas ao mesmo tempo. Ademais, cada árvore não perde, na mesma ocasião, todas as folhas; mas ao cair uma parte, a outra permanece até que a primeira torne a brotar. Quem por vez primeira contempla este fecundíssimo teatro da Natureza, é tomado de admiração pelo fato de que as ervas e plantas, de seu natural flexíveis na Europa, têm aqui caules lenhosos. Não poucas destas diferem muito entre si, em razão do lugar, pois as que nos prados apenas igualariam o tamanho de um arbusto, nas densas florestas parecem de grandíssima altura. Acresce que fazem perpétua sombra as heras fabíferas, bem como os belíssimos feijões, subindo, qual num artifício de jardinaria, até aos mais altos cumes das árvores. Os homens e os animais escondem-se e vivem, com segurança, entre as sombras destes matos consagrados aos faunos. Pois neles há muitos atalhos secre
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Nota 35: Isto é, sem folhas.
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