do São Francisco, acham-se acantonados 540 homens de armas, sob suas respectivas bandeiras e comandantes; em Alagoas, 293; em Camaragibe e Porto Calvo, 480; em Serinhaém, 750; em Ipojuca, 75; no engenho de Panterra, 79; em Santo Antônio do Cabo, 240; no forte de Vander Dussen, 170; no território de Santo Amaro, 170; em Muribeca, 175; na aldeia de S. Lourenço, 422; no forte do Príncipe Guilherme, no rio dos Afogados, 263; no forte de Frederico Henrique, 230; na ilha de Antônio Vaz, o corpo da guarda do Conde; no forte de Ernesto, 180; no Recife, 277; no forte do Brum, 125; em Olinda, 193; em Igarassu, 93; no forte de Orange, 182; em Goiana, 165; em Fredericópole, 101; no forte de Margarida, 360; no de Ceulen, 82. Desde a minha partida, juntaram-se a estas forças 150 homens enviados como tropas suplementares, da Zelândia e 66 da Holanda Setentrional, de modo que o total dos soldados no Brasil é de 6.180. Das forças tiraram-se 40 soldados para a defesa do Ceará. Providas e munidas as fortalezas com esta gente de armas, não resta mais nenhuma, quer para acometer o inimigo, quer para com cruzeiros defender da armada espanhola as costas do Brasil. Se uma calamidade fatal não houvesse diminuído esta armada, estaríamos certamente expostos à violência dos inimigos, porquanto, no tempo que passou ela diante de Pernambuco e entrou na Baía, não tínhamos ainda este contingente, por ter sido feito o acréscimo com a chegada do regimento de Artichofski. O adversário dispunha de 3.000 homens que, havia pouco, trouxera da Espanha. Demais, conscreveram-se 700 na Baía, aos quais se deviam juntar 2.000 à ordem de Bagnuolo e mais 1.000 brasileiros. Além disso, tinha o inimigo esperanças de que 2.000 dos que habitavam entre nós, quebrando a sua fidelidade, se bandeassem com os espanhóis. Não estávamos de certo em proporção com essas forças para contrapormos a elas, fosse como fosse, a nossa audácia, retirando e raspando de toda a parte os soldados [^nota-210]. Como na guerra se costuma, aumentamos com a mentira o número dos nossos para comprimirmos as tentativas de sedição, caso se tencionasse planear alguma, e para aterrarmos, o inimigo com o estrépito da fama, com o qual param as guerras. Entretanto, desde que chegaram os contrários à Baía, nada fizeram digno de tanto aparato. Somente mandaram os capitães. Vidal e Magalhães, com pequeno destacamento, às aldeias dos brasileiros, espalhando cartas, nas quais gabavam o Conde da Torre, governador da Baía de Todos os Santos e procuravam enfraquecer os ânimos crédulos de alguns dos nossos
História dos feitos praticados no Brasil, durante oito anos sob o governo do ilustríssimo Conde João Maurício de Nassau.
Escrito por Barleus, Gaspar e publicado por Fundação de Cultura do Recife