Felicidade da safra
Nesse mesmo ano foi tão feliz a safra do açúcar, em razão das chuvas moderadas e tempestivas, que dava aos agricultores esperança de 18.000 caixas.
Conjura de portugueses acreditada, mas não provada.
Seguiu-se à expedição de Jol uma conjura, tramada, ao parecer, por instigação de portugueses, pois sempre se inclinavam à rebelião os ânimos dos que, às ocultas, favoreciam ao partido espanhol, conquanto às claras nos prestassem obediência.Detidos os indiciados, foram nomeados pelo Conde e pelo Supremo Conselho Carpentier, assessor do Conselho Supremo e Secreto, o coronel Koin, do Senado Político, o capitão Carlos Tourlom, chefe da guarda do Conde, e o fiscal Jacó Aldricht para, na qualidade de juizes, conhecerem do fato e abrirem devassa. Tendo corrido o processo, pronunciaram o seguinte julgamento: que fossem encarcerados alguns dos réus, exilados outros para a Baía, e os restantes para mais longe, nos confins do Ocidente. Entre eles distinguia-se pela sua dignidade e riquezas Duarde Gomes da Silveira. Por indulto do Conselho Supremo teve ele depois por menagem a fortaleza de Margarida. Apurei serem estes os nomes dos outros conjurados: na província de Pernambuco - Pedro Cunha de Andrada, João Canaro, Filipe Barreto, Arnau de Holanda, Rodrigo Pimentel, Bernardino de Carvalho, Francisco Beringel. Melchior Ali e Antônio Pais: na Paraíba João do Souto. Eram quase todos senhores de engenho.Não poupou também o solícito cuidado dos governadores ao sexo feminino, propenso a desprezar a fidelidade pública pela fé conjugal e pelo amor aos maridos. Sob o domínio holandês viviam algumas portuguesas, cujos esposos, fiéis ao rei da Espanha, se achavam na Baía e noutros pontos do território inimigo, militando sob as bandeiras reais. Foram mandadas para junto de seus consortes, pois pareceu que se lhes fazia não um agravo, mas um favor, com a diferença de que o motivo disso era a cumplicidade numa culpa, e a partida delas semelhante a uma relegação. Eram elas: a mulher de Luiz Barbalho, com o qual batalharam os nossos, a de João Velho Barreto, a de Gaspar de Sousa e a de Baltasar Alves.
O Conde concede às províncias brasões em selos - Selo do Supremo Conselho - Selo do Senado Político - Da Câmara de Pernambuco - De Itamaracá - Da Paraíba - Do Rio Grande.
Se por um lado esses acontecimentos afrontavam o nosso império, sem consentir que se considerasse inteiramente feliz, por outro impunha-se-lhe à dignidade atender às reiteradas solicitações que as câmaras provinciais dirigiam ao Conde, pedindo-lhe selos para autenticar os atos públicos, os quais se distinguiriam com insígnias e emblemas adequados aos característicos de cada uma das províncias. Deu-se este cuidado à indústria do Conde (pois convém