Muribeca.
A quarta é Muribeca, mais no sertão e mais para o sul, a 5 léguas do Recife.
St° Antônio.
A quinta é Sto. Antônio, a 7 ou 8 léguas do Recife, no sul, perto do Cabo de Sto. Agostinho.
Ipojuca.
A sexta é S. Miguel de Ipojuca, muito populosa, a 10 léguas do Recife. Tem 13 engenhos, que produzem anualmente grande quantidade de açúcar. Está situada às margens do rio do mesmo nome, o qual entra no mar junto ao lado meridional do Cabo de Sto. Agostinho.
Serinhaém.
A sétima é a povoação de Serinhaém, muito ampla e amena. Possui 12 engenhos, produzindo cada um seis ou sete mil arrobas de açúcar (1 arroba pesa 27 ou 28 libras nossas). Dista 13 léguas do Recife.
Una.
A oitava é S. Gonçalo do Una, a 20 léguas do Recife, com 5 engenhos.
Porto Calvo.
A nona é Porto Calvo, a 25 léguas do Recife, tendo 7 a 8 engenhos. Aí fica a fortaleza da Povoação [^nota-57], célebre pela vitória de Maurício.
Alagoas do Norte e Alagoas do Sul.
A décima é a povoação de Alagoas do Norte, a 40 léguas do Recife. A undécima é Alagoas do Sul, distante quase outras tantas.
Aldeias.
Além destas localidades, há outras menores chamadas aldeias, onde vivem os índios.Lugarejos com edificações em que se fabrica açúcar contaram-se 70. Alguns deles igualam aldeias na importância e no número de trabalhadores que moram nas proximidades. Dizem que rendem anualmente tanto açúcar quanto basta para carregar 80 ou 90 naus. Colhi em autores graves que num só dia zarparam do porto de Olinda 40 naus carregadas de açúcar, restando ainda nos trapiches quantidade bastante para carregar outras tantas. Não é possível o fabrico do açúcar sem o auxílio dos negros, que de Angola e outros portos da África se transportam em grande número para o Brasil. Dos livros da alfândega consta que, nos anos de 1620, 1621, 1622 e 1623, num quadriênio, só do porto de Angola foram levados para a capitania de Pernambuco, com gordo lucro para o rei da Espanha, 15.430 peças.Pernambuco alegra-se com a sucessão de montes e vales. É feracíssimo de cana doce e de pau-brasil. Há também pastagens que nutrem copioso gado, de sorte que merece ser chamado a "teta do Brasil", designação que outrora os italianos deram à Campânia.