para a invasão do nosso território, deixando 2.000 nas naus. Haviam-no, além disso, convencido de que dois ou três mil portugueses, residentes entre nós, intentavam rebelar-se, o que de modo algum se julgava sem fundamento, por ter essa gente pouca firmeza e honradez e odiar muito aos holandeses.Nassau, porém, reputava pouco temíveis todos aqueles aprestos, à conta da extrema falta de provisões com que lutava também a Baía, porque, consumidas elas durante a longa travessia, não bastava a região para sustentar tão grande multidão. Tinha o adversário esperanças de obter farinha por intermédio dos moradores do Rio de Janeiro e do Rio da Prata, aguardando, demais, da Espanha e das Ilhas Ocidentais, 2.000 homens de reforço. Firmando com tais apercebimentos, ameaçava os holandeses como que com o seu dia derradeiro.
Comandantes da armada espanhola.
Nas listas encontradas figuravam os seguintes comandantes e militares: D. Fernando de Mascarenhas, Conde da Torre, capitão-general de terra e mar, João de la Vega, almirante de Castela, que comandava 16 galeões, fora as naus sujeitas à jurisdição do rei [^nota-248]; Rodrigo Lobo, almirante de Portugal, tendo às ordens 10 galeões, exceto os vasos diretamente subordinados ao mando real; o Conde Bagnuolo, mestre de campo general; Francisco de Moura, coronel de cavalaria; António Rodrigo, tenente-coronel de cavalaria; Nuno de Melo, Tiago Pires de Lucena, Francisco Pesaram de Castro, comandantes dos esquadrões; Vasco de Mascarenhas, conde de Óbidos, general de artilharia; Paulo Nuno, tenente-general de artilharia. Davam ainda as listas os nomes dos seguintes coronéis: Urbano de Unada, que comandava 1.000 soldados; Fernando da Silveira, 1.100; Luiz Barbalho, 1.500; Manuel Mascarenhas, 800; Fernando de Laduenga, 500; Heitor de la Calce, 160. Eram os seguintes os tenentes-coronéis: Alonso Ximenes, Pedro Corco de Somona e Martinho Ferreira. Eram estes os sargentos-mores: António de Freitas, Francisco Duarte, Paulo Bagnuolo, João de Araujo, Pedro Martins e Paulo de Parada.Contavam-se 900 soldados naturais do país, 600 índios às ordens de Camarão e 400 negros capitaneados por Henrique Dias. Tinham-se, além disso, nas naus, 2.000 homens de reserva, não incluindo os que, por amor do rei, tomavam armas sem receber soldo, como o Conde de Castelo Melhor.Em grande inferioridade, não armava Nassau mais de 3.000 guerreiros, pela deficiência dos batalhões, das levas e das vitualhas.