O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 155


navios, com destino à Guiné, onde Elmina, o porto de embarque de escravos mais importante dos Portugueses, devia ser atacado e conquistado. É certo que a W.I.C. já possuía uma feitoria na Costa do Ouro, e Forte Nassau, fundado em l6ll nas proximidades de Mori 1. Servia para o tráfico do ouro e do marfim, mas não se tratara até então de exportação de negros por ali. Logo após a partida da esquadra recebeu o Statthalter as seguintes informações de Forte Nassau: "Elmina tem presentemente apenas uma pequena guarnição, nenhuns reforços tendo sido recebidos nestes últimos meses. Sendo, como são, favoráveis aos Holandeses as tribos de negros que habitam as imediações, uma excelente ocasião se oferece de forçar a rendição do forte. Quem dominar Elmina, tem a chave da Costa do Ouro em suas mãos" 2.A expedição à Guiné partiu do Recife em 25 de junho de 1637 sob o comando do coronel van Koin. Dois meses depois apareceu diante de Elmina. Contra as tropas de desembarque lançaram-se cerca de mil negros ao serviço de Portugal, os quais mataram grande número de Holandeses, mas tiveram de ceder ante os reforços enviados da esquadra. Depois de um bombardeio de cinco dias, os canhões dos navios e algumas baterias holandesas assestadas em eminências adjacentes fizeram calar o fogo do Forte, e Elimina, o baluarte mais importante da Costa do Ouro, caiu em poder dos Holandeses. À guarnição portuguesa foi concedido retirar-se livremente para a Ilha de São Tomé. Elmina recebeu então uma guarnição holandesa, que ficou sujeita ao comando militar do Recife.


  1. Nota 148: Wätjen, Tauschnhandel (O comércio de trocas) p. 530.

  2. Nota 149: Claes van Ypern a João Maurício, 19 de Abril 1637; Barlaeus p. 89 segs.