O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

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A Nova Holanda respirou. "La colonie éprouva bientôt les effets bienfaisants de ces mesures salutaires, de cette tolérance religieuse si rare alors, de cette humanité qui présidait à toutes les démarches du gouverneur" 1. Já em 20 de Março de 1637, quando haviam apenas decorrido da chegada do Príncipe dois meses, podia Serooskerken anunciar ao Conselho dos XIX: "O trabalho profissional começa a despertar do seu tórpido repouso, e os habitantes de Pernambuco cobram novo ânimo. Um se ocupa com a construção de uma casa, outro restaura os canaviais abandonados, e um terceiro lavra o seu campo. Esperamos confiadamente que o novo espírito seja também favorável ao desenvolvimento comercial. Que se não poderia fazer da Nova Holanda, se ela fosse mais densamente povoada!" 2.Depois de ter criado novos cargos administrativos ou nomeado novos funcionários, depois de haver feito a distribuição das tropas e instituído para guarda do Recife uma milícia civil forte de quatro companhias, volveu João Maurício as suas vistas para o mais grave de seus empreendimentos: restituir aos domínios da Companhia a sua pristina capacidade de produção e aumentá-la sistematicamente de ano em ano. Mas para isso faziam-se precisos avultados capitais; e como ele bem sabia que era escusado fazer pedidos de dinheiro ao Conselho dos XIX, procurou ajudar-se a si mesmo. Um decreto governamental por ele assinado, declarou confiscados todos os engenhos de fabricar açúcar, que estavam de fogo morto, - os quais foram postos à venda e no correr dos anos 1637 e 1638 foram gradualmente achando pretendentes. Os "engenhos" obtiveram, em


  1. Nota 146: Netscher, p. 90.

  2. Nota 147: Conf. com a carta de Serooskerken as missivas dos Altos Conselheiros Ceulen e van der Dussen aos Cons. dos XIX, em 20 de Março de 1637. A citação supra é uma versão livre do texto holandês.