O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 146


Statthalter em 5 de Fevereiro de 1637, pôs-se em marcha 1.João Maurício estava disposto a ajustar contas definitivas com Bagnuolo. Já era tempo que as capitanias holandesas descansassem do flagelo das constantes devastações em que viviam, e a vontade de ferro do príncipe, de destruir a casa de maribondos de Porto Calvo, custasse o que custasse, acerou o ânimo e coragem de cada um de seus combatentes. A tentativa dos Portugueses de deter a marcha das tropas holandesas sobre Porto Calvo malogrou-se completamente. Durante quase duas semanas, a praça tenazmente defendida, ofereceu residência aos ataques. Quando afinal o seu comandante viu que era inútil prolongar a defesa, mandou içar a bandeira branca. Muito material de guerra, além de 27 canhões e 4 morteiros, caiu em poder do vencedor, ao qual se renderam 500 homens 2. A perda por parte dos holandeses foi realmente pequena, mas o Statthalter teve de lamentar a morte do seu jovem primo Carlos von Nassau 3. A rígida disciplina das tropas de João Maurício poupou Porto Calvo do saque e do incêndio. Para dar ao adversário uma mostra de sua generosidade, o Conde admitiu à sua mesa os oficiais prisioneiros, segundo afirmam Brito Freyre e, depois dele, quase todos os historiadores portugueses e brasileiros, encomiasticamente. Quis assim "tratar o adversário como desejaria ser tratado em caso semelhante" 4. Sem perda de tempo seguiram os Holandeses no encalço dos Espanhóis e Portugueses


  1. Nota 131: João Mauricio aos Estados Gerais, 3 de fevereiro de 1637. Reproduzida por Netscher, p. 86.

  2. Nota 132: Esses homens foram transportados para os Açores em barcos holandeses.

  3. Nota 133: Joh. Moritz aos Est. Gerais, 8 Março 1637 - Lias. Stat. Gen. Nr. 5772, o Alto Cons. à Câmara Zeel. 20 Março 1637 - W. I. C. O. C. Nr. 52.

  4. Nota 134: Brito Freyre, p. 394. Sobre a expedição a Porto Calvo ainda: Barlaeus, p. 58; Netscher, p. 88; Varnhagen, p. 166; Fabius, p. 35.