O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

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aos destacamentos que, depois da retirada de Albuquerque a chamado, se achavam servindo sob o comando de Bagnuolo. Da Bahia foram enviadas tropas de auxílio e munição, mas prudentemente o novo chefe evitou qualquer choque contra contingentes superiores holandeses e recorreu ao antigo sistema já provado de guerrilhas de surpresa. Henrique Dias, Felippe Camarão, André Vidal de Negreiros, Sebastião de Souto e outros experimentados oficiais guerrilheiros receberam ordem de penetrar com negros, Índios e soldados brancos nos domínios da Companhia, levando por toda parte o incêndio, o roubo e a devastação.Bagnuolo tomou para base de operações Porto Calvo que o adversário havia outra vez abandonado, depois de passageira ocupação.Para não serem obrigados, na deficiência crônica de tropas exercitadas, a destacar companhias em número excessivo, os Holandeses evacuaram todas as praças em perigo ao Sul e arrasaram os fortes dispensáveis como Arraial, Nazareth e Paripueira. Apesar disso os Regimentos postados na fronteira sul viam-se impossibilitados de dar cabo dos depredadores que por caminhos ocultos penetravam no território holandês. Por toda parte surgiam os bandos, e exatamente onde menos se supunha que aparecessem. Percorriam as capitanias de Pernambuco e Itamaracá, e levavam as suas incursões até a Paraíba. A sua passagem era assinalada por fazendas arrasadas, engenhos de açúcar e canaviais lançados em chamas. "Como uma caudal de fogo", queixava-se o inglês John Goodlad, "atravessa precipitadamente a terra essa gente brutal". 1 A 13 de Junho de 1636 escrevia Artichofsky: "O inimigo e extremamente ágil. Esconde-se nos matos ou nos canaviais,


  1. Nota 116: John Goodlad ao Cons. dos XIX, 24 Agosto 1636.