O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 132


de alguns mil Pernambucanos que se exilaram, adaptaram-se os habitantes do território conquistado ao inevitável e prestaram voto de obediência e fidelidade ao governo holandês que tão bem disposto se mostrava para com eles. O Conselho Político estendeu os direitos fundamentais conferidos à Paraíba, igualmente a Pernambuco, Itamaracá e Rio Grande, acentuando mais uma vez que em todos os territórios brasileiros submetidos à Companhia o padre católico poderia exercer o seu ministério sem empecilhos, não sendo lícito violentar por qualquer forma a crença religiosa de qualquer um.Como na Espanha estavam a chegar sempre notícias consternadoras e o número de navios apresados crescia constantemente, resolveu o Governo enviar uma poderosa esquadra à sua colônia ameaçada. Para seu comando foi designado Don Fradique de Toledo, o libertador da Bahia. Este oficial, perfeito conhecedor das condições que ali predominavam, muito acertadamente anteviu a dificuldade de sua missão e declarou a Olivares que só se poderia pensar na derrota do inimigo se o rei destina-se à empresa pelo menos 12.000 homens. Na persuasão de que Toledo queria fazê-lo de tolo, mandou o ministro lançá-lo na prisão, onde veio a morrer. Assumiu o posto de comando Dom Luiz de Rojas y Borja, que teve de se contentar com 1.700 soldados e 30 navios. Acompanhou-o Pedro da Silva, novo governador geral do Brasil, Espano-Português.Pelos seus barcos de patrulha foram os holandeses avisados de que o perigo se avizinhava. Antes, porém, que se soubesse para onde a frota inimiga se dirigiria, apareceu ela repentinamente a 27 de Novembro de 1635 defronte do Recife (Riff). No ancora-douro havia apenas muito poucas embarcações e talvez conseguissem os Espanhóis, numa ousada investida, forçar a entrada.