O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 131


denodadamente defendido. Para aí se havia retirado Albuquerque com o grosso de suas forças 1, quando os Holandeses, em Março, investiram contra o Arraial. De novo se escapou o bem avisado general em chefe português, para o Interior, e, se bem que tivesse de recuar constantemente, conseguiu em todo o caso infligir uma sensível derrota ao inimigo apesar da superioridade deste. Tomou ele a vila rural Porto Calvo, à margem do Rio Una, que havia sido conquistada por Lichthardt, na primavera de 1635, e constituía o ponto mais meridional das posições holandesas.142-a. A perda desta localidade em si pouco significava. Mas aí caiu prisioneiro dos portugueses o fiel aliado da Holanda, Calabar. Matias de Albuquerque condenou à morte o traidor, que foi executado após cruéis martírios 2.O sucesso, porém, não ofuscou o chefe português. Ele reconheceu a seriedade de sua situação e percebeu que mais longa permanência naquela região verdadeiramente inundada de inimigos teria como resultado uma catástrofe certa. Assim, mandou arrasar as fortificações de Porto Calvo e marchou para Alagoas, que então pertencia à Capitania de Pernambuco. 3.Nesse meio tempo, os Holandeses haviam feito consideráveis progressos nas capitanias do Norte.A 9 de Julho de 1635, quando as lutas ainda não tinham chegado ao seu termo, Carpentier anunciou aos Diretores Gerais que Pernambuco, Itamaracá, Paraíba e Rio Grande já se podiam considerar como possessões firmadas. Mas na realidade a W.I.C. dominava somente a faixa de costa dessas capitanias. Com exceção


  1. Nota 111: Schkopp aos Est. Ger., Julho 1635 - Lias Gen. Nr. 5772; Netscher, p. 75 f; Varnh. p. 126. 142.a - Leichthardt e de Ridder ao Cons. Polit. - 19 de Março de 1635. No mesmo Lias.

  2. Nota 112: de Laet, p. 465 ff.; Brandenburger I, p. 48.

  3. Nota 113: Hoje um dos Estados da República Brasileira.