O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 130


A Portugueses influentes, ao contrário, especialmente se eles de livre vontade se passavam para os Holandeses, era proporcionado o ensejo de fazer o conhecimento da República dos Países Baixos Unidos, para inspeção pessoal. Ali encontravam eles a mais carinhosa acolhida. Que muita dessa gente ia à Holanda por motivos egoísticos e sabia locupletar-se com a viagem, o caso do Conde Francisco Faria no-lo ensina. Viajou ele com toda a família para Amsterdã em 1634, lá viveu magnificamente e entre prazeres, às expensas da Companhia, dando-se ares de uma personalidade que desempenhava o papel principal no Brasil. Os diretores fixaram-lhe uma dotação mensal, a fim de ganhar em seu favor esse "valioso elemento". De volta a Pernambuco, cuidou tão pouco como dantes, de servir aos interesses holandeses.Ao contrário. Com grande desapontamento das autoridades do Recife, trouxe ele para aí artigos de comércio rigorosamente proibidos, tal como aguardente, pisando o solo, como se dele dependessem todo o bem e todo o mal da região ocupada. "Vós vos deixastes" escrevia aos Diretores (Bewindhebber), Johann Gijsselingh, que se achava em Pernambuco nesse tempo, "iludir completamente pelo patarateiro. Agora querem todos os Portugueses que nos têm prestado bons serviços, viajar para a Holanda, onde o acolhimento é tão hospitaleiro, e o tratamento tão magnífico. Não depositeis esperanças muito grandes nos transfugas portugueses!O povo é vão, arrogante, preguiçoso e só pensa no querido Eu" 1.Quatro semanas após a rendição do Arraial, capitulou também o Forte Nazareth, do Cabo de Santo Agostinho,


  1. Nota 110: Sijsselingh à Cam. Zel. 4 - Junho 1634.