O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 129


inimigos e atos de vingança dos espanhóis. Prometeram mais, que todos quantos prestassem obediência à Companhia, portugueses ou espanhóis, teriam licença de conservar as suas armas, que os impostos e direitos permaneceriam os mesmos, e, por fim, que, perante a Justiça, Holandeses, Portugueses e Naturais do país teriam igual tratamento. 1 Quando os fugitivos conheceram a seriedade das intenções do Conselho Político em sua proclamação, começaram a confiar nos vencedores.Algumas pessoas de consideração prestaram o juramento de fidelidade, e, com isso, se fundiu o gelo. Em sua maior parte, os cidadãos e os agricultores domiciliados nas cercanias de Frederikstad regressaram e reconheceram a soberania da Holanda, procedimento que achou imitadores no Rio Grande.À ocupação da Paraíba seguiu-se, em princípio de Junho de 1635, a queda do Arraial. Foi necessário um assédio de muitos meses, cheio de fadigas e decepções, para dominar esse acampamento, cercado de profundas trincheiras e fortes parapeitos 2. Este feito de armas dos Holandeses libertou Recife e Antônio Vaz do perigo de ataques de surpresa da parte do Interior e tornou a Companhia senhora do centro de produção açucareira, a já mencionada "Várzea", cujo valor naquele tempo - segundo o competente juízo de Walbeeck - era igual ao da metade da Capitania. 3 A fim de poupar mantimentos, enviaram Schkopp e Artichofsky os prisioneiros para as Índias Ocidentais 4 ou para os Açores. Perante a Diretoria justificou-se a medida com a observação drástica: "d'outra maneira devorar-nos-iam eles as orelhas de nossa cabeça".


  1. Nota 106: A proclamação, em de Laet, p. 454.

  2. Nota 107: de Laet, p. 461; Brito Freyre, p. 182 f Netscher, p. 74.

  3. Nota 108: Walbeeck ao Cons. dos XIX, 2 Julho 1633. Lias Stat. Gen. Nr. 5771.

  4. Nota 109: Schkopp, Artichofsky e Wyntgens à Cam. Zel., Julho 1635.