O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 128


a Câmara de Amsterdã de cuidar de Fernando Noronha. Com o auxílio de escravos negros capturados deu-se início na ilha ao plantio de fumo e algodão, bem como à criação de aves domésticas, carneiros, porcos e gado. Nenhum resultado, porém, se obteve, pois uma terrível praga de ratos aniquilou quase todas as culturas. Não admira, portanto, que as notícias do comissário enviado de Pernambuco para lá fossem todas verdadeiramente desanimadoras. 1 Ele conseguira, é certo, dar de novo andamento aos trabalhos; mas anos se passariam antes que o capital invertido em Fernando Noronha pudesse render juros.Mais auspiciosos foram os resultados alcançados no continente. Uma expedição cuidadosamente aparelhada e despachada no fim de Novembro de 1634 sob as ordens de Schkopp e de Artichofsky, agora promovido a coronel, - e de que faziam parte Lichthardt como comandante da frota, Carpentier e Stachouwer, como representantes do Conselho Político, - conseguiu finalmente dominar e vencer os fortes e bastiões que protegiam a entrada do Rio Paraíba. Dest'arte ficou franqueado o caminho para a cidade Filipéia situada um pouco rio acima; a guarnição desta se pôs a distância. Os Holandeses ocuparam a praça e deram à cidade o nome de "Frederikstad" em honra a Frederico Henrique de Orange.Em 26 de Dezembro de 1634 os vencedores, no intuito de repovoar a localidade, que se achava inteiramente abandonada, proclamaram, em nome da W. I. C, uma anistia geral para os habitantes paraibanos refugiados no Interior. Prometeram a todos que se submetessem ao domínio holandês, liberdade de pessoa, de bens e de crença, além de proteção contra os ataques


  1. Nota 105: Willem Joosten Glimmer a Van Ceulen e Gijsselingh, 9 Fevereiro, 26 Março 1634.