O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

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uma vez foi frustrada a empresa, ainda uma vez a guarnição portuguesa com os reforços enviados do arraial repeliu o ataque.Mas estando Gijsselingh animado da mesma ambição de Ceulen, de realizar um feito que produzisse sensação, mandou que a esquadra navegasse para o sul, com o fim de aventurar um golpe contra o Cabo Santo Agostinho. O que Waerdenburch havia tentado em vão, estava ele destinado a realizar 1.Como no caso do Recife e Antônio Vaz, era esse promontório, com o seu porto, guardado por uma "Barra", um recife de pedra. Duas aberturas protegidas por baterias davam acesso naquele tempo ao ancoradouro, mesmo a grandes embarcações. Defronte da entrada principal, da chamada "Barreta" estava situada, na embocadura de um rio, uma ilhota e em frente a esta no continente a povoação "Pontal". Um pouco mais a norte erguia-se o forte de costa "Nazareth".Por uma hábil manobra Lichthardt, que como chefe da frota usava o título de "Almirante da Costa brasileira" conseguiu apoderar-se das baterias do porto, da ilha e de Pontal. Nazareth, contudo, os Holandeses não puderam tomar. Pontal ficou em suas mãos e o bastião levantado às pressas sobre a ilhota agora batizada "Walcheren", recebeu em honra ao Chefe da expedição o nome de Forte Gijsselingh.Se por um lado o governo no Recife se alegrou com as ocupações militares do Rio Grande e Cabo de Santo Agostinho por outro muito lhe preocupou o espírito a dúvida se essas vantagens poderiam ser mantidas com o correr dos tempos; tanto mais quanto a W. I. C, a quem a empresa pernambucana tanto custava, e


  1. Nota 99: Sobre a expedição à Paraíba e Cabo de Santo Agostinho: Ceulen à Câmara Zeelandesa, 18 de Abril, Schkopp à mesma, 3 de Junho de 1634. W. I. C. O. C. Nr. 50.