O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

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arriscar-se a perder todos os frutos do trabalho feito até então, era mister que afrouxasse os cordões da bolsa e enviasse para Pernambuco um corpo de 3.000 a 4.000 soldados aguerridos sob o comando de um chefe competente". Para concluir, dá Waerdenburch aos Estados Gerais e aos Diretores o instante conselho de separar a administração civil da militar e conferir aos comandantes das forças de terra e de mar situações independentes.Depois da chegada de reforços ao Recife em Outubro e Novembro de 1633, foi resolvido levar então a cabo a malograda empresa de Steyn-Callefenls. Com dez navios fizeram-se de vela van Ceulen e Jan Corneliszoon Lichthardt para o Rio Grande do Norte, capitania que na verdade pouco açúcar produzia, mas em compensação explorava em grande escala a criação de gado. No prolixo relatório da expedição 1 se conta que Ceulen por ocasião de seu desembarque foi saudado por uma delegação do Chefe Indígena Tapuia Jandubi, o qual lhe prometeu amizade e apoio contra os Portugueses. Depois de um bombardeio de muitos dias capitulou afinal o Forte dos Três Santos Reis (dos Reis Magos), situado na embocadura do Rio Grande. Foi crismado Forte Ceulen e confiado à guarda do Capitão Garstman, que ficou encarregado de entrar em contato com Jandubi e sua tribo, tão favoravelmente dispostos em favor dos Holandeses.No fim de Fevereiro de 1634 apareceu diante do Forte Cabedello, sobre o rio Paraíba uma poderosa esquadra holandesa. Foi chefe da expedição Johan Gijsselingh, cabendo a Lichthardt o comando dos navios e a Schkopp o das tropas de desembarque. Ainda


  1. Nota 98: Journal van den tocht ofte expeditie, gedaen naer Rio Grande etc.5. - 21. Dezembro de 1633, também Ceulen e Gijsselingh à Câmara Zeelandesa, 5 Jan. 1634. Estes documentos na pasta W. I. C. O. C. Nr. 50. Mais: Netscher, p. 68; Varnhagen, p. 107.