O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 116


sabido ainda da batalha naval travada nesse entrementes. Mas deviam certamente já ter tido conhecimento do resultado de um pequeno empreendimento que se tinha realizado no fim de Abril de 1631, em prossecução do objetivo de sujeitar à dominação holandesa a ilha de Itamaracá, situada cinco milhas ao norte do Recife, na embocadura do rio Goiana 1. A expedição em si não foi de importância; mas trouxe valiosos conhecimentos. Constatou-se por exemplo, que essa fértil ilha, onde a plantação principal era a da cana-de-açúcar, possuía um admirável porto com o qual mal se poderia comparar o do Recife, belo, mas de difícil acesso. De emissários exploradores se soube mais que a única vila de Itamaracá, de nome "Conceição" estava assentada sobre uma eminência protegida de matas e se achava bem fortificada. Por último, fez-se a descoberta pouco satisfatória, que a borda pântano da ilha Itamaracá oferecia melhor defesa contra inimigos invasores do que fá-lo-iam trincheiras e terraplanos. Em vista do pequeno número das forças de desembarque postas à sua disposição resolveu o tenente-coronel Steyn-Callenfels não levar adiante o projetado ataque. Satisfez-se em construir uma cidadela, numa ilha defronte da extremidade sul de Itamaracá. Devia ele servir de base para futuras operações. Sem perda de tempo foi atacada a construção do Forte, batizado com o nome de "Orange", o qual dominava a entrada do porto; ficaram aí na Ilha três companhias, sob o comando do Capitão Arthichofsky.A expedição de Itamaracá tem uma importância particular, por isso que nela tomaram parte dois homens, cujo papel foi dos mais salientes na história do Brasil holandês: Christovam Artichofsky e Sigismundo


  1. Nota 84: Waerdenburch aos Est. Gerais, 31 Maio 1631, Lias, Stat Gen. Nr. 5771.