O governador e o Conselho compreenderam que alguma coisa devia ser feita para proporcionar aos pontos de apoio conquistados livre ligação com o interior e libertá-los da pressão abarcante dos Portugueses, sob pena de terminar num fracasso a Empresa brasileira iniciada sob tão belos auspícios. Neste sentir foi o Governo também fortalecido pelas cartas recebidas da Assembléia dos XIX, que lhe falaram numa linguagem muito clara. Dinheiro de contado e material de guerra, escrevia a direção geral da W. I. C, já haviam sido enviados para o Brasil, a fim de que se movesse aos Espanhóis e Portugueses uma guerra ofensiva, e não meramente defensiva. O Diretório não podia convir em uma política de permanente inatividade como a que os homens de responsabilidade no Recife se apraziam adotar, e fazia ver que na pátria a impressão era a pior imaginável ao ouvir-se constantemente que, em Madri e Lisboa, se dizia que os Regimentos holandeses de Pernambuco tinham medo dos Espanhóis e Portugueses. A W. I. C. esperava de seus oficiais provas em contrário. Soldados espanhóis, forçados ao serviço colonial, e portugueses não eram certamente "um inimigo que devesse ser tomado a sério", e Waerdenburch, tomando energicamente a ofensiva, nenhum trabalho teria em submetê-los. Não tivesse ele cuidado de que lhe faltassem reforços. O Conselho dos XIX bem sabia o que devia fazer pelos seus leais servidores. Ao inimigo! pois, a fim de mostrar-lhe quanto era afiada a espada holandesa!Quando os Diretores gerais enviaram para o Brasil as suas cartas escritas em linguagem severa e ao mesmo tempo de tom sarcástico, 1 não podiam ter
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Nota 83: Cons. dos XIX aos Cons. Polit, 31 de Out., a Waerdenburch, 1 de Nov. 1631 W.I.C.O.C. Nr. 8.
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