O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

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ser impedir, de sua parte, qualquer avanço de Albuquerque.Em conseqüência disso, estabeleceu-se entre os dois adversários, um estado de frouxa atividade ou quase imobilização, que somente era suscetível de sofrer alteração, com a chegada de reforços da Holanda ou de Espanha, em favor de uma ou outra parte. A Direção Geral mostrou-se grandemente excitada contra os chefes do corpo expedicionário que, apesar das somas devoradas, não mais revelaram espírito de combatividade, e em termos enérgicos intimou Loncq e Waerdenburch a despertarem de sua letargia e tratarem de subjugar as Capitanias de Itamaracá, Paraíba e Rio Grande. 1 O Diretório não se deixou dissuadir desta idéia, nem mesmo quando o Governador e o Conselho Político lhe asseguraram ser o seu desejo irrealizável. Enquanto a Companhia não tivesse o Recife firmemente na mão, era escusado cogitar de uma ofensiva com forças que mal chegavam para a defensiva. O conhecimento da conquista de Olinda e ocupação do Recife (Riff) chegara à corte espanhola com surpreendente rapidez. Olivares era geralmente censurado por não ter sabido aparar melhor o golpe. "L'abandon du Brésil", diz Netscher, "semblait surtout aux Portugais d'autant plus inexcusable que d'Albuquerque necessait d'adresser à Olivares de pressantes réclamations sur l'état de faiblesse dans lequel il laissait la Métropole, sur 1'insuffisance du petit nombre de troups régulières. 2 Mas os olhares do estadista espanhol, à frente da administração estavam inteiramente


  1. Nota 73: Escritos do Conselho dos XIX no "Kopeboek", datado de 17 de julho de 1630. W. I. C. O. C. n. 8.

  2. Nota 74: Netscher p. 52.