entre os Indígenas as doutrinas da Religião Católica. Servia-lhe de porto a localidade "Recife" que, situada na extremidade de um delgado istmo, estendido em direção sul, possuía um ancoradouro admiravelmente protegido, de construção da própria natureza. Os portugueses davam-lhe o nome de "Povo" ou Povoação do Recife. Dois fortes a defendiam do ataque de navios inimigos. Todavia a sua melhor muralha protetora era um recife de pedra que corria ao longo da costa, com interrupções em algumas partes. Nieuhof nos informa que o "Povo", de que se desenvolveu, em Pernambuco, o hoje chamado bairro do Recife, contava em 1630 aproximadamente 200 casas 1 entre as quais os escritórios e armazéns dos abastados senhores do alto comércio de Olinda.A 15 de Fevereiro começou Loncq a forçar o porto. Enquanto os navios grandes, manobrando no ancoradouro externo dirigiam os seus fogos contra os fortes, uma esquadrilha composta de iates e embarcações menores tentava penetrar pelas aberturas existentes nos arrecifes. Mas as embarcações portuguesas ancoradas no porto opuseram-lhe enérgica defesa e o alteroso movimento das ondas foi seu aliado. A ressaca foi tão violenta que os holandeses duvidosos de sua segurança naquele mar tiveram de desistir do seu intento e sustar a peleja.Neste comenos, Waerdenburch conseguira desembarcar cerca de 3.000 homens algumas milhas ao norte de Olinda. No dia 16 de Fevereiro foi iniciada então a marcha sobre a Capital. Com a divulgação do desembarque de Waerdenburch, tinha Albuquerque sem demora enviado tropas para o Rio Doce e aí os Holandeses [página102]que avançavam sobre Olinda encontraram uma forte resistência. No formidável embate, entretanto, conseguiram eles forçar a passagem do rio, e a maior parte dos Portugueses agora tomados de desânimo procurou refúgio na mata virgem mais próxima. Não havia mais pensar numa eficiente defesa da Capital. Por três lados avançaram os holandeses em passo de carga e com extrema rapidez se apoderaram de Olinda 2. Mas a sua esperança de despojos opimos sofreu amargo desengano. Tudo quanto não se achava bem pregado e seguro, os habitantes fugitivos levaram consigo, - de sorte que os soldados holandeses só encontraram dentro dos muros da cidade uns dois canhões, alguma munição, 200 caixas de açúcar, alguns barris de vinho e artigos comerciais de insignificante valor.Quando Albuquerque conheceu que também "Povo" do Recife não se podia salvar, mandou atear fogo aos Armazéns e destruir os navios. Com esta destruição deve se ter perdido segundo avaliações globais de contemporâneos: 17.000 caixas de açúcar, considerável quantidade de pau-brasil e outros produtos do país.Custou a Waerdenburch muito esforço dominar os fortes do Recife. Durante duas semanas repeliram eles todos os ataques das tropas de assédio dos holandeses, até que a 1 de Março, brechas tendo sido abertas, a rendição se tornou inevitável. Depois de sua queda uma festividade geral foi celebrada, no dia 3 de Março, para o fim de render graças a Deus pela grande vitória concedida.
O Domínio colonial hollandez no Brasil
Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional