O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 100


mais importantes senhores proprietários de Pernambuco 1, o Primeiro Ministro Conde Olivares encarregou-o de organizar a defesa da ameaçada capitania. Em Outubro chegou o "valeroso" Albuquerque a Pernambuco onde verificou, com grande desapontamento, que apesar do aviso enviado de Madri, quase literalmente nada se havia feito para enfrentar com eficácia o perigo iminente. Com febril atividade mandou ele reparar as fortificações meio arruinadas ou mal armadas das Capitanias de Pernambuco, Itamaracá, Paraíba e Rio Grande do Norte, erigir novas posições estratégicas e exercitar 2.000 recrutas, - medidas estas que só se tornaram exeqüíveis, por ter Loncq de esperar tanto tempo pela segunda Divisão. Segundo a exposição de Ambrosius Richshoffer 2 reinou muita doença a bordo dos navios da esquadra holandesa. Mas, não obstante apenas uma parte de sua força naval e marinhagem se achar em condições de entrar em combate, decidiu o comandante-em-chefe o ataque imediato, logo que avistou Olinda, a 13 de Fevereiro de 1630.

Olinda, capital da Capitania de Pernambuco, situada a borda do mar, sobre uma colina coberta de palmeiras, deve ter sido nesse tempo um lugar bem florescente. Jan de Laet avalia o número de seus habitantes no ano 1630 em 2.000. Brito Freyre fala mesmo de 3.000, entre os quais se deviam contar cerca de 200 comerciantes abastados 3. Davam a Olinda o cunho de uma cidadela da fé cristã, 7 igrejas, 5 claustros e outros edifícios destinados a fins religiosos. Daí partiam os Missionários que iam propagar


  1. Nota 59: Ele era irmão de Duarte de Albuquerque, Donatário de Pernambuco.

  2. Nota 60: Desta fonte foi Edmundson o primeiro a fazer largo uso.

  3. Nota 61: de Laet, p. 190; Brito Freyre, p. 170, Conf. ainda Edmundson, p. 685.