O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 92


em ação 1, porquanto amigos e inimigos lutavam bordo a bordo, e grande era o perigo de atingir a própria gente, em vez dos invasores. As perdas espanholas foram muito pesadas. Os holandeses também perderam duas de suas melhores embarcações, mas Hein conseguiu ganhar o alto-mar com todas as mais. Sem falar no fumo, couros e algodão, o carregamento dos navios capturados continha 2.700 caixas de açúcar, que como "prova palpável" do brilhante sucesso da Expedição foram remetidas para a Holanda 2 e cujo produto veio encher de novo os cofres da W.I C. tão esgotados pelas suas dispendiosas empresas 3.Piet Hein, contudo, não se deu por satisfeito com esse sucesso. Três meses mais tarde, a 10 de Julho de 1627 o "Terror dos Mares, de Delfshaven" 4 novamente penetrou na Bahia de Todos os Santos com uma parte de sua esquadra. Tomou ao inimigo alguns navios de vela bem carregados e durante quatro semanas perturbou o tráfico marítimo nas águas da Bahia. Depois de seu regresso à pátria, preparou Hein a empresa que havia de tornar o seu nome imortal.Despontou o ano de 1628, tão venturoso para a W. I. C, e promissoramente iniciado com as expedições de pirataria de Dirk Simonszoon van Uitgeest e Pieter Adrianszoon Ita.De pouco valor foram, porém, os seus felizes sucessos quando comparados com a façanha de Piet Hein, a captura da frota-de-prata da Espanha. Apresá-la e conduzi-la em triunfo para a pátria, era desde muito


  1. Nota 42: Apreciação de Britto Freyre, que parece bem verossímil; conf. também Edmundson. Eng. Hist. Rev. XI, p. 255.

  2. Nota 43: Ibidem, p. 257.

  3. Nota 44: de Laet, p. 105.

  4. Nota 45: Assim chamou o poeta Vondel ao Almirante.