O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 90


posição ganha como base de operações contra o comércio colonial ibérico. Por menos que os Portugueses d'outra sorte quisessem saber dos seus opressores, agora em todos ardia o desejo de uma ação em comum. "Pela primeira e única vez", observa Edmundson, "achou-se a Corte Espanhola cordial e mesmo entusiasticamente apoiada pelo sentimento nacional português" 1. A toda pressa foram reunidos navios, nos portos de Cadiz e Lisboa, e em 10 de Fevereiro de 1625 fizeram-se ao largo 52 naus bem equipadas sob o comando em chefe do almirante espanhol Toledo Ozório 2. A armada chegou no fim de Março à Bahia, onde não havia ainda apontado a esquadra de socorro tão ansiosamente esperada da Holanda, pela guarnição daquela praça.Se um oficial enérgico houvesse tomado a peito a defesa dessa metrópole, - munição, provisões e dinheiro não faltariam para manter a posse da cidade até a chegada da expedição auxiliadora. A incapacidade, porém, do comandante holandês e o funesto "rotinismo" que dominava entre as suas tropas formadas de elementos de diferentes nações reunidos ao acaso, - tiveram um efeito dissolvente sobre a prontidão de ação e espírito combativo dos soldados. Não é, pois, de admirar que, a 28 de Abril, fosse a Bahia restituída aos Espanhóis quase sem luta séria.Quatro semanas depois, apareceu à Bahia de Todos os Santos a esquadra holandesa comandada pelo Burgomestre de Edam, Boudewijn Hendrikszoon. O Conselho dos XIX, ao chegar à Holanda a notícia alvissareira da pronta conquista de São Salvador, imediatamente


  1. Nota 40: Engl. Hist. Rev. XI, p. 246.

  2. Nota 41: Ibidem, p. 247. Aí também informações sobre a composição da Armada.