O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 89


No princípio de Maio de 1624 lançaram os Holandeses âncora diante da Bahia. Ainda no último momento foi o Governador prevenido do ataque, mas as tropas de que dispunha eram insuficientes, e depois de dois dias de brava resistência tiveram os Portugueses de ceder ao adversário muito mais possante. A Bahia capitulou, o Governador foi feito prisioneiro. Entre os despojos, contaram os vencedores 3900 caixas de açúcar e muita madeira de tinturaria. Aos habitantes foi garantida segurança de vida e de propriedade.Enquanto os navios holandeses conservaram as bocas de seus canhões ameaçadoramente assestadas sobre a Metrópole, a ordem permaneceu inalterada. No fim de Julho e princípio de Agosto, porém, a frota, dividida em duas esquadras, deixou a Bahia de Todos os Santos. Se até então imperara rigorosa disciplina, agora a obediência e a coesão se afrouxaram totalmente na tropa Holandesa remanescente. Com inquietação os seus oficiais notavam que do lado de terra, da Bahia, eram freqüentes, as reuniões dos evadidos portugueses e de bandos de brasileiros, - que o adversário estabelecia fortes posições e se preparava para dar começo a um assédio em regra à Cidade. A alma do ousado empreendimento era o velho bispo da Bahia, Marcos Teixeira, ardoroso patriota. A situação para os conquistadores apesar de sua posse das fortalezas podia tornar-se certamente grave, se não lhes viesse auxílio da Holanda. Em Madri e Lisboa a notícia da queda da capital brasileira havia causado grande consternação. Foi logo decidido na Corte de Espanha levar a efeito um contragolpe contra os hereges acastelados na Bahia, a fim de impedi-los absolutamente de se utilizarem da