O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

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se presume, em Amsterdã, quando o vigor comercial da Antuérpia, em 1585, já se lhe havia insinuado nas artérias. Grandes projetos agitaram o seu espírito irrequieto, e, sobretudo, absorvia-o a idéia de promover uma ligação mais estreita entre a Holanda e o Novo Mundo. Segundo o exemplo da Companhia de Comércio das Índias Orientais queria ele fundar uma poderosa "Companhia das Índias Ocidentais", em cujas mãos deveriam os Estados Gerais depor o monopólio do comércio com a África ocidental e a América. Dois empenhos seriam o objeto dessa nova companhia (W. I. C). Duma parte a fundação de colônias e promoção da prosperidade nacional por meio dos lucros a realizar com o desenvolvimento do tráfico.De outra parte, deslocar as lutas do teatro da guerra holandês, mudando-lhes o cenário para as regiões ultramarinas. Se se conseguisse interceptar à Espanha a importação do precioso metal mexicano e peruviano, e desviar a caudal de prata dessas terras para a Holanda, então seria Philippe batido com as suas próprias armas.Desde o princípio da nona década do século pôs-se Usselinx em incessante atividade, para a propaganda desse plano, que encontrou notadamente na Zelândia propício terreno. Mas mesmo em Amsterdã despertou o projeto interesse e aprovação. Quanto aos pontos capitais logo, sem dúvida, surgiram divergências de parecer. Enquanto Usselinx punha todo o empenho na criação de núcleos coloniais e na facilitação das relações comerciais, - relegando, em contrário, para segundo plano a atividade militar da nova Sociedade, os potentados da Província de Holanda só queriam ver na Companhia a ser criada um instrumento de guerra contra o odiado adversário.