O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 72


Enquanto essas companhias se mantiveram separadas, exercitando recíproca concorrência e inconsideradamente fazendo mal umas às outras, faltou aos seus empreendimentos o grande sopro criador, deixou de ter a sua atuação a necessária eficiência. Não iam além de capturas de navios mercantes espanhóis, de lutas vitoriosas com os galeões e, ocasionalmente, de realizações comerciais. Quanto a serviços propriamente de colonização, é claro que não se poderia contar com eles sem a criação de uma poderosa Companhia que dispusesse de avultado capital. O homem que, após indefeso trabalho e múltiplas tentativas malogradas, conseguiu levar a cabo essa obra, chamava-se Willem Usselinx.Em Antuérpia, no ano de 1567 vira Usselinx pela primeira vez a luz do dia. "Antwerp was", diz Franklin Jameson, "at the beginning of that year literally at the height of its prosperity, and we shall not be far wrong if we declare, that the future merchant, economist and colonial projector was born at the commercial capital of the world, the centre of its wealth and civilisation" 1.Usselinx fez-se mercador, foi para Espanha e Portugal, foi para os Açores e lá esteve em atividade como agente (Faktor) de casas comerciais. Aos 24 anos, já homem de fortuna, estabeleceu-se, segundo


  1. Nota 12: J. Franklin Jameson, Willem Usselinx. Papers of the American Historical Association II, nr. 3 (1887). Mais: van Rees II, página 72 ss. Em tempos mais recentes Dr. C. Ligtenberg publicou como ampliação de sua Dissertação Doutorai de Utrecht um excelente livro sobre Usselinx, que traz muita novidade sobre as suas relações com a Suécia. - Trad. da citação inglesa - "Antuérpia estava no começo desse ano literalmente no apogeu de sua prosperidade, e não estaremos longe da verdade se dissermos que o futuro negociante, economista e idealizador colonial nasceu na capital comercial do mundo, no centro de sua riqueza e civilização".