Era um exagero, bem se vê, falar em um "enorme enxame de navios de comércio", em referência às embarcações neerlandesas aparecidas nas costas da Guiana, do Brasil e na região insular das Índias Ocidentais, ao expirar do século 16, quando o seu número se achava ainda em lento crescimento. Indiferentes às severas prescrições do Rei e por vezes mesmo com a tácita tolerância do Governo exercitavam os holandeses o comércio de trocas com os naturais e, quando se lhes oferecia ocasião, davam-se mesmo ao saque de caravelas 1. Zelandeses de Vlissingen fundaram dois fortes no Xingu, afluente sul do Amazonas 2, por volta de 1600, - estabelecimentos estes a que estava reservada uma curta existência, mas que vieram mostrar com que energia foi levado o avanço no novo rumo. Já no princípio do século 17, de 80 a 90 embarcações navegavam anualmente para Punta de Araya na costa da Venezuela 3, em busca de carregamentos de sal, de tanta necessidade para a pescaria.Estando a visita às colônias espanholas - desde 1580 as possessões ultramarinas de Portugal pertenciam ao reino de Philippe - sujeitas a muito grandes embaraços e constantes perigos para navio e tripulação, os comerciantes e armadores em Amsterdã, Enkhuisen, Midelburgo e outros lugares, já se tinham, em 1597, organizado em pequenas associações de comércio.
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Nota 9: Van Rees II, página 75.
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Nota 10: A primeira notícia a este respeito se encontra em J. de Laet, Nieuwe Wereldt ofte Beschrijvinge van West-Indien. 2 Druck (1630). página 562.
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Nota 11: Vogel, Zur Grösse der earopäischen Haendelsflotten in 15, 16 und 7 Jabshundert, Fest-schrift zu D. Schäfers, 70 Geburistag, p. 314 (W. Vogel - grandeza da rota comercial européia nos séculos 15, 16 e 17. Opúsculo comemorativo do 70.º aniversário natalício de D. Schäfer). Uma boa referência geral de fontes.
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