O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 74


"Fazer magníficas presas", escreve van Rees, "e desviar a atenção dos espanhóis do teatro de guerra holandês, eis os frutos que se esperava colher, e para isso bem podia o país empregar algumas toneladas de ouro e uma parte de sua marinha de guerra" 1. Junte-se a isso, que os resultados obtidos pela Companhia das Índias Orientais haviam animado em extremo a ambição de muita gente, e que, na esperança de alcançar iguais lucros no Novo Mundo, todos menosprezavam praticamente as dificuldades a vencer.Quando em 1607 tentativas foram feitas no intuito de promover mediações de paz entre a Espanha e as sete províncias, converteu-se o projeto da W. I. C. em um pomo de discórdia entre os partidários da paz e os da guerra, na União Neerlandesa 2. Com toda a energia ativaram o Príncipe Maurício e os seus aderentes a fundação da Companhia das Índias Ocidentais, visando entravar, por este meio, quaisquer negociações de paz. Eles bem sabiam que Philippe III não poderia dar a sua aquiescência à fundação de uma Companhia que estava destinada a cavar a ruína do comércio espanhol na América, e que ele jamais se submeteria a uma condição de paz, que lhe deixasse "einen Dorn in eigenen Fleisch" ("um espinho na própria carne". Ao plano do partido governamental puseram embargo, porém, Johan van Oldenbarnevelt 3 e os Nobres e Poderosos Senhores da província de Holanda. Eles visaram o ponto mais sensível, a enorme despesa que uma Companhia destinada especialmente a operações de guerra teria de absorver, e


  1. Nota 13: Van Rees II, página 79.

  2. Nota 14: Ibidem, página 81 f.

  3. Nota 15: Ele antes havia tomado vivo interesse pelo projeto. Conf. Johan E. Elias, De Vroedschap van Amsterdam, I, introdução, página L. ("O Grande Conselho de Amsterdã").