Documentos Holandeses

Escrito por diversos autores e publicado por Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Saúde

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outubro. Já o enviáramos a querena em Santo Aleixo para substituir "Overyssel", e "Smolle", que já haviam voltado para aqui a 2 e 3 de novembro, por falta de água, e que foram também para Santo Aleixo a fim de proverem-se do necessário e serem querenados. O que precede dará a conhecer suficientemente as principais expedições; falaremos agora das presas que Deus Nosso Senhor nos concedeu após nossa última carta, na qual se deu conhecimento a Vossas Graças de que Focke Frekessen, capitão do "yatch" "Renard" apresara uma embarcação cheia de mercadorias, que esperávamos ainda; a 6 de outubro chegou ele aqui a enseada, tendo essa presa uma carga, na maior parte, de mau tecido e outras fazendas ordinárias. Depois, Guilherme Cornelissen, capitão do "yacht" "Tigre", trouve uma presa a 15 de outubro, conquistada por Mattheus Janssen, capitão do "yacht" "Chevalier Marin", a 11 graus, mais ou menos, de latitude; o "Tigre", voltando aqui, fora destinado a servir de escolta a esta caravela, que tinha o nome de "Nostre Signore de Misericórdia", e estava carregada com 132 caixas de açúcar, vindas de Alagoas. Além disso, o citado capitão Guilherme Cornelissen estivera em Barra Grande, onde achara uma pequena barca carregada de óleo de baleia, que, entretanto, não pôde trazer por causa da Antigüidade e mau estado dos fustes; por conseguinte, mandou atear fogo a tudo, exceto a 2 caixas de tecido ordinário não alvejado; uma dessas caixas, com 4 libras de tecido inteiramente estragado pelo óleo de baleia, foi dada aos marinheiros, e a outra, que pesou mais de 600 arrobas, foi entregue ao Comissário de bagagens. A 21 avistamos aqui do recife uma vela desconhecida no mar. O sr. Van Ceulen para lá mandou o capitão Guilherme Cornelissen do "Tigre" com o "La Cloporte" e alguns homens na barca de água daqui, porque, tendo o sr. Gyselingh consigo todas as barcas e todas as chalupas em sua expedição, não dispúnhamos de outra. Dirigimo-nos, pois, a força de velas e de remos, contra a vela em questão e, aproximando-nos tão perto, que teria sido possível atingi-la com um tiro de canhão, verificamos ser uma "setie"1 francesa bem armada, que, sem esperar-nos, empre


  1. Nota 16: Pequeno navio aparelhado com velas latinas. N. do T.