Documentos Holandeses

Escrito por diversos autores e publicado por Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Saúde

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levado tudo consigo em sua fuga, de modo que nada encontramos lá. Quando todas as tropas já se achavam na outra margem, o sr. Johan Gyselingh e alguns soldados subiram o rio na chalupa, cerca de 4 léguas, para ver se se podia encontrar alguma coisa; foram achadas 2 barcas, uma inteiramente vazia e outra com algumas bagagens salvas do navio acima mencionado, que navegava de Angola (Angolis ? Vaarder), algumas velas e cordames pertencentes ao dito navio; tudo isto foi lançado na chalupa por ordem do sr. Gyselingh e o resto, proveniente de saque, foi entregue a pilhagem de nossos soldados, que fizeram boas presas. Vendo que não havia ali nada mais de útil e proveitoso por fazer, as 2 barcas citadas acima foram incendiadas e totalmente destruídas. Depois, tendo o sr. Gyselingh regressado ao acampamento preparamo-nos logo para continuar nossa marcha, ordenando que todo o povoado, exceto a igreja, fosse incendiado, o que foi feito imediatamente, de modo que tudo foi queimado até ao chão. Assim, marchamos, para a frente contra Camaragibe, sem ter tido até então o menor encontro com o inimigo. De caminho, encontramos um rebanho de gado que tangemos a nossa frente sem dificuldade, como ovelhas, até chegarmos a Cararagibe, onde o fechamos numa igrejinha até que os distribuíssemos pelos navios; porque, desde o começo, nossas tropas haviam sempre apanhado bastante gado, de sorte que, enquanto em terra, nossos víveres nem sequer eram tocados, mas o pão diminuía consideravelmente, visto como tínhamos de dar quase rações duplas, pois as tropas não comiam senão pão e carne fresca. Tendo, assim, chegado ao rio Camaragibe, expedimos de novo destacamentos em todas as direções à procura de açúcar, mas não se achou nada. Então o sr. Gyselingh, acompanhado do coronel e do comandante e de Carpentier, com 2 companhias de soldados nas 2 barcas grandes e mais 2 a 3 pequenas, subiu o rio, durante a noite, 3 ou 4 léguas, até que fosse pleno dia e o rio se tornasse tão estreito, que não se podia manejar os remos; além disso, ele se tornava cada vez menos profundo. Não tendo, pois, achado nada aqui, resolvemos voltar e, de volta destruir tudo o que encontrássemos; assim, em certo lugar, descemos a terra porque vimos um grande número de animais, dos quais matamos a maior parte a tiros de fuzil levando o que nos era neces-