Documentos Holandeses

Escrito por diversos autores e publicado por Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Saúde

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sário. Novamente nos barcos, continuamos nosso caminho rumo a uma fazenda, onde fizemos nosso repasto com galinhas e outras coisa que encontramos, e algumas frutas, e, partindo, pagamos ao hospedeiro deitando fogo a todas as casas, que foram logo reduzidas a cinzas; em seguida, visitamos outras fazendas, fazendo o mesmo, e voltamos ao acampamento quando já era quase noite; ao voltar, soubemos que, no caminho, dois ou três soldados, tendo-se extraviado de nós, haviam regressado por terra ao acampamento trazendo consigo como prisioneiros 2 portugueses, que haviam encontrado em seu caminho e os quais haviam obrigado a servir-lhes de guias, matando com um tiro de fuzil um mulato, a fim de que o número dos prisioneiros não ultrapassasse em força o dos aprisionadores. Por eles soubemos que à pequena distância do caminho, além do lugar até onde tínhamos subido o rio, estavam escondidas numa certa garganta cerca de 30 caixas de açúcar, mas que os Portugueses estavam desde a antevéspera ocupados em transportá-las mais para o interior da região. O sr. Gyselingh lamentou muito não tivéssemos sabido disso mais cedo e queria ir lá de novo; mas apresentaram-se algumas dificuldades e perigos que não escapavam aos outros; além disso, entrava em consideração o fato de que iríamos em busca do incerto, pois, passado tanto tempo, já teriam tido oportunidade de fazer desaparecer os açúcares, de modo que desistimos, com a resolução de voltar, todavia, a esse lugar depois de alguns dias para ver se o açúcar teria sido posto ali novamente. Além disso, esses mesmos prisioneiros nos informaram que em Porto de Franceses havia uma grande quantidade de açúcar; a vista do que fizemos embarcar rapidamente um destacamento conveniente com destino a Porto de Franceses, onde entramos a tarde, não sem perigo, porquanto o recife, atrás do qual estávamos, estende-se para o norte e o vento era norte e a correnteza muito impetuosa, de maneira que as barcas a vela não podiam vencer os escolhos e as barcas a remo não podiam dominar a correnteza. O capitão Maulpas, com um barco cheio de homens, deu de encontro aos escolhos, de tal arte que seu barco ficou cheio de água, e barco e homens teriam fatalmente perecido, se o comandante Lichthart não o houvesse socorrido rapidamente com outro barco, no qual o desembaraçou de certo número de homens, por