julgo-o necessário e útil pelas razões seguintes: em primeiro lugar, para apoderarmo-nos de um porto tão conveniente e para impedir ao inimigo a exportação do açúcar; em segundo lugar, a fim de tornar útil a nós a fortaleza já construída em Tamarica, pois que os habitantes de Garaçu, de Araripe, etc., em lugar de servirem-se do porto do sul, que ocupamos, servem-se agora do Canal do Norte ou do Catawamba, sem ser impedidos em seu comércio; em terceiro lugar, para ficar-se seguro de ter sempre bastante madeira para lenha e outras madeiras, sem o que essas praças não podem manter-se, e sobretudo para dispor-se de fortes estacadas que, aplicadas em torno de nossas obras, dariam a elas muita segurança e tornariam inútil uma guarnição muito grande. Além disso, devendo nossos esforços tender para a anexação de toda a ilha e do continente em torno, não vejo que lugar, no momento, possa ser mais próprio que o referido bloqueio de Catawamba; uma vez lá estabelecidos, teremos, além do que acabo de citar, a mais bela ocasião para dirigir-nos para o interior do continente ao sul ou ao norte, à vontade, para visitar com nossos barcos os rios atrás da ilha, e para ter, durante o inverno, quando nossas pequenas embarcações, navegando para Tamarica ou outros lugares, estivarem em perigo, um lugar de refúgio a fim de poder salvá-las. Eis o que posso propor acerca do pedido de Vossas Graças. Se a respeito de quaisquer outros pontos Vossas Graças acaso necessitarem de minha opinião, não deixarei de fazê-la chegar a Vossas Graças com toda a sinceridade, como é do meu dever. Entregue na Legação Imperial do Brasil na Haia em 16 de novembro 1853. ? J. C. da Silva.
Documentos Holandeses
Escrito por diversos autores e publicado por Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Saúde