Documentos Holandeses

Escrito por diversos autores e publicado por Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Saúde

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que nossos limites se estenderão tão longe, porque creio que, então, não haverá para o inimigo possibilidade de manter-se na ilha de Cherodinero e na região circunvizinha, onde poderemos abastecer-nos de madeira e viveres. Apoderarmo-nos da dita estância não considero muito difícil, de vez que já a tivemos em nosso poder; e mesmo estando ela mais fortificada e mais bem guarnecida de tropas agora, poderíamos, enviando nossos navios para o sul ou para o norte e simulando querer empreender alguma cousa, atrair facilmente para lá uma grande parte das tropas do inimigo e desta forma enfraquecer as que ora guardam estas regiões mais próximas. Quanto as grandes despesas de fortificações que a dita estância pode exigir, poderíamos de início, uma vez tomada a cidade, contentar-nos com um ligeiro entrincheiramento em torno do aquartelamento ou, então, com as obras do próprio inimigo, até verificarmos se a utilidade e boa situação da praça mereceriam uma fortificação sólida, caso em que poderíamos proceder a execução das obras necessárias. Todavia, para tentar algo, se não se julgar aconselhável ficar-se inativo durante o resto destes meses de verão, creio que esta proposta, considerando-se o estado de nossos meios atuais, é muito útil, tanto porque sua execução não parece extraordinariamente difícil, como porque abriremos assim no continente o caminho para os melhores engenhos, pondo os habitantes em condições de vir por-se em contacto conosco e conosco negociar, e arrebatando ao inimigo excelentes oportunidades. Mas antes de agir, poderão os Senhores Diretores informar-se eles próprios, pelos prisioneiros portugueses, de como estima o inimigo a conservação ou perda dessa praça, e depois disso poderão agir com mais fundamento. Se alguma vez o tempo e a ocasião nos impeliram a tentá-lo, é exatamente agora, quando os soldados do inimigo se acham espantados e os habitantes desesperados com as grandes perdas que têm experimentado, ao mesmo tempo que a execução de nosso projeto levaria ao auge a perturbação deles. Quanto ao segundo ponto, isto é, fechar-se o porto de Catawamba (embora eu considere o primeiro como mais necessário e mais útil ao objetivo principal, sobretudo nestas circunstâncias),