os marinheiros sob as ordens do almirante Marten Thijssen, para apoderarmo-nos, se possível, da ilha Tamarica, com a fortaleza ali existente; a 23 do mesmo mês, depois de terem desembarcado sem acidentes, os delegados do conselho político, os oficiais superiores das tropas e os chefes da marinha procederam a uma inspeção do local e, segundo parecer unânime, que deram por escrito. verificaram que diante de uma força como a acima mencionada a cidadela é inexpugnável, visto como se acha situada numa alta montanha, tão escarpada de todos os lados, que nem um homem, que nada tivesse que carregar, seria capaz de galgá-la, quanto mais com as suas armas. Além disso, em quase toda parte, ao redor, há pântanos, e de tal forma providos de mato, que não é possível abrir caminho através deles. Do lado oposto acham-se dois ou três caminhos estreitos pelos quais haveria possibilidade de subir, mas são providos de grande número de trincheiras (para cujo preparo o inimigo dispôs de 14 meses), ao passo que no alto tudo é solidamente entrincheirado; além disto, conta ele com 500 homens e tem muitos canhões. Assim, julgamos que o melhor que teríamos a fazer seria garantir o porto e a entrada da referida ilha, levantando nela uma boa fortaleza, o que está prestes a ser executado. O porto é excelente; com um navio que tenha o calado de 16 pés ou mais, pode-se entrar sem esperar a maré alta, e os navios ficam tão bem abrigados, que o julgamos bem mais seguro que o porto de Pernambuco. Acrescente-se a isto que a cidadela está situada a tal distancia do porto, que seus canhões não alcançam este, e os navios podem navegar nas vizinhanças sem correr o menor risco... Por conseguinte, conseguíssemos nós apoderar-nos da cidadela, posto de lado o fato de ficarmos privados de 500 a 600 homens para a guarnição, teríamos, apesar disso, de fazer o que ora fazemos, isto é, fortificar o porto único meio de impedir a chegada do inimigo com a frota, fechar-lhe o comércio de açúcar e todas as comunicações. Sem mais, (Ass.) D. VAN WEERDENBURCH Antonio Vaaz, 31 maio 1631.
Documentos Holandeses
Escrito por diversos autores e publicado por Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Saúde