Documentos Holandeses

Escrito por diversos autores e publicado por Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Saúde

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destruição de 4 ou 5. Este pânico e Este fogo deram causa a uma conferencia entre o almirante, o vice-almirante e outros membros de seu conselho, que julgaram de bom aviso que o vice-almirante com 14 chalupas, cada uma com 20 homens, atacasse bravamente a bateria (que com seu fogo ininterrupto causava bastante dano a nossos navios) e se escalassem as muralhas, o que foi corajosamente realizado, apesar do fogo nutrido da referida bateria; o clarim do destacamento do vice-almirante atingiu em primeiro lugar o alto da muralha, que se elevava 8 a 9 pés acima da água, vindo em segundo lugar o vice-almirante e a seguir todos os demais. Percebendo-o, os portugueses (conforme relatório, em número de 600) fugiram, escapando através da água até a cidade, salvo uns poucos, que foram mortos. Estando a bateria aberta do lado da cidade, e de alto a baixo sem qualquer defesa, os da cidade mantinham um terrível fogo de mosquete contra os nossos, que, a seu turno, davam de si o que podiam, havendo o vice-almirante julgado útil voltar duas peças contra a cidade, o que fez diminuir um pouco o fogo e aumentar a confusão entre os portugueses. Mas, caindo a noite e havendo falta de pólvora, os nossos encravaram os canhões a fim de poder repousar durante a noite e estar mais aptos, ao romper do dia, a atacar novamente o inimigo. Nesse meio tempo nossos soldados haviam também chegado diante da porta; numa sortida de alguns portugueses perderam o tenente La Mayn e, se bem que, a princípio, se deixassem tomar de pânico, refizeram-se e marcharam centra a cidade. Pela manhã, muito cedo, haviam chegado diante das muralhas, avistando aí um português que erguia uma bandeira branca e, dizendo-lhes que habitantes e soldados se haviam retirado da cidade, notificava-os de que podiam entrar sem combate. Assim, esta praça (que durante tantos anos estivera na posse do Rei da Espanha e seus súditos) caiu nas mãos da nossa gente, com a perda somente, tanto no mar como em terra, de cerca de 50 pessoas, entre as quais se acha, além do tenente acima mencionado, Andries Nieuwerck, cognominado "o Paciente", capitão do navio "Groningue". No dia seguinte pela manhã, tendo novamente a intenção de atacar a cidade com seus marinheiros e desembarcando para tal