Documentos Holandeses

Escrito por diversos autores e publicado por Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Saúde

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ao pé da qual tem os seus armazéns. Do lado do mar está fortificada por uma muralha de pedra que tem uma extensão de cerca de meia légua, atingindo dos armazéns à cidade, o que dá bem 150 passos, em perpendicular, de alto a baixo; há muitas selvas ou matas, que crescem densamente uma sobre as outras, de sorte que não se pode chegar até em cima senão por dois caminhos em curva; a cidade é esplendida e bem construída, contendo umas 1.400 casas e ainda diversos conventos, nomeadamente um de jesuítas, franciscanos, carmelitas, beneditinos, duas igrejas paroquiais, das quais a maior está ainda inacabada; há duas portas, uma a oeste e outra a leste, pelas quais os nossos penetraram na cidade, como pode ver-se pela carta inclusa. Quanto ao combate, a nossa gente entrou na baía mais ou menos com o nascer do sol, ao sudeste, na data mencionada acima. Quando acabávamos de contornar o ângulo, os da cidade e das cidadelas circundantes, assim como os de uma bateria (construída recentemente de pedra de cantaria branca, na água, sobre alguns rochedos, e armada com duas peças de metal e duas de ferro) abriram um fogo nutrido contra nós. Enquanto o almirante Willekens e todos os demais cumpriam o seu dever e se desincumbiam de sua missão, cada qual em seu navio, os soldados (a quem se haviam dado como guias Pieter Colver e Dirck de Ruyter, que conheciam os caminhos por viagens e estadas anteriores) continuavam a desembarcar sem interrupção. Esperando o vice-almirante, os navios "La Guebre", "Groningue" e "Nassau" aproximaram-se da bateria à distância de um tiro de mosquete, enquanto os navios portugueses, em número de 16, entre grandes e pequenos, mantinham-se na costa à distância de um tiro de besta; além disso, a fortaleza Santo Filipo estava a bombordo e os outros navios faziam o possível por causar dano ao inimigo. O combate durou de 10 horas da manhã até cerca de 7 horas da noite; durante Este tempo o vice-almirante, vendo que o fogo vivo que se mantinha, não produzia grande resultado, e que o navio "Groningue", com várias peças encravadas, estava quase reduzido à impotência, resolveu dirigir três chalupas, com cerca de 20 homens cada uma, contra os navios portugueses para escalá-los e assenhorear-se deles. Percebendo-o, os portugueses abandonaram imediatamente os seus navios, ateando-lhe fogo, do que resultou a