com os pés a parte posterior do corpo, onde é mais tênue. Este animal costuma morder e não pode ser domado. Há também uns outros grandes, pretos, com uma longa barba preta, pilosa.CAGUI (termo indígena). Pongi (termo do Congo). Encontram-se desta espécie maiores e menores. O caguí grande tem o tamanho do macaco Cay, ao qual se assemelha um pouco; seus cabelos são cinzentos com mescla de preto e são um pouco mais longos do que o caguí pequeno. Sua face, arredondada, leonina; suas orelhas, quase redondas, pretas e sem cabelos; a boca, preta; os cabelos da fronte, também pretos com mescla de cinzento; a boca como a do leão não é aguda; os olhos são pretos. Não possui como o caguí peque no, cabelos pretos, junto dos ouvidos; a cauda mede um pé e quatro dedos de comprimento e é coberta de cabelos vermelhos.CAGUI pequeno. Tenro e pequeno animal com a face leonina. O comprimento do corpo é de cerca de seis dedos; o da cauda, de dez; a cabeça é pequena (quase não tem o tamanho de uma maçã menor); o nariz é pequeno e arrebitado. Os olhos são ternos; a boca, pequena com dentes agudíssimos; as pernas possuem mãos como o cercopiteco, dota dos de cinco dedos; os ouvidos são arredondados e cercados de cabelos brancos, dispostos em ordem e em trancas, como se fossem elegantemente penteados. Os cabelos de todo o corpo são vermelhos, na parte interior, junto à origem; na parte exterior são mesclados de branco e fusco; a cauda é composta de anéis brancos e fuscos, emite um som agudíssimo. Este animal é velocíssimo para saltar; tem grande repugnância ao frio; alimenta-se de farinha de mandioca e outras. Nota. Gesner apresentou uma imagem deste animal, recebida de Pedro Coudenberg doutíssimo e celebérrimo farmacêutico de Antuérpia, que a considerava procreada de uma macaca pequena. É, porém, um animal sui generis, embora não muito impropriamente se possa classificar, entre os macacos. Algumas vezes nos vêm do Brasil estes animais, como, porém, é muito delicado e avesso ao frio, dificilmente aqui se conserva vivo. CAITAIA (termo indígena), também cercopiteco, de pêlo mais longo, amarelo claro. Sua cabeça é arredondada, a fronte não é saliente, é quase nula; o nariz é pequeno e achatado; traz a cauda arqueada; tem o cheiro do mosco; esta é sua única graça. Deve ser tratado brandamente; do contrário, grita em voz muito alta; facilmente se move de furor. Há um outro da mesma espécie, porém maior e com o pêlo mais fusco à semelhança das zebelinas; tem o cheiro também do mosco.CERCOPITECO de Angola, no Congo, chama-se macacão. A cor dos cabelos de todo o corpo é como a do lobo; as narinas são divididas em duas partes e salientes; a cabeça assemelha-se à do urso; as nádegas, nas quais se assenta, são destituídas de cabelos; traz sempre a cauda arqueada. O comprimento do corpo, da cabeça à cauda, é de um pé e mais; o comprimento da cabeça é de seis dedos; o da cauda é de um pé. As quatro pernas de igual comprimento têm mãos do comprimento de três dedos e meio, dotados de cinco dedos; nas pernas posteriores, a mão é de cinco dedos de comprimento. O corpo, na sua maior grossura, mede um pé e nove dedos; grita hah, hah; tem dentes alvíssimos. Tem o pênis semelhante ao humano, como o de um menino. Outro macaco angolense. É todo preto, porém marchetado de branco; o nariz é branco. No tamanho igual ao precedente. O comprimento da cauda é de dois pés e quatro dedos; a figura é como segue, mas tem a fronte cabeluda.CERCOPITECO barbado de Guiné. Chama-se Exquima, no Congo. Tem cabelos fuscos, mas em todo o dorso são como que queimados ou da cor do ferro; o fusco, porém, é salpicado de uns pontos brancos. O ventre é branco e a parte inferior do queixo tem uma barba
História natural do Brasil.
Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado