inferiores; nem ainda são mais ordenados aqueles, em que as folhas formam copa. As folhas, como as da madiiba, quanto ao tamanho e formato, são verdes vivas, na frente; esbranquiçadas, atrás; cinco, sete ou nove se unem em forma de estrela, com um nervo no sentido longitudinal e veias oblíquas. Esta planta dá uma flor como o mamoeiro. Em seguida, vem o fruto pendente de um pedúnculo longo, como o mamão macho, medindo três dedos de comprido, tendo a grossura de um duplo polegar humano, com estrias ou quase linhas, não profundas no sentido longitudinal; a cor por dentro e por fora é crócea como o mamão; ao qual se assemelha, quanto à substância da polpa, onde se encontram igualmente grânulos; estes se assemelham, na figura e tamanho, ao grão de cevada, sem que tenham gosto pronunciado. Ainda verde segrega um leite e aperta a língua; maduro cai e se come cru ou cozido. Todos os anos, perde as folhas e produz novas, em março; em seguida floresce e produz o fruto, que fica maduro, no fim de março e em abril. A árvore é dupla, macho e fêmea, que são semelhantes, exceto no tamanho, porque a fêmea é menor. ACAIA também denominada IBAME-TARA (termo indígena). Árvore que atinge à altura e grossura da Tília elevada; o caule e as raízes são mais grossas, tem uma casca rugosa, de cor cinzenta-clara, como o sabugueiro. As folhas são diretamente opostas; medem dois, três ou quatro dedos de comprido; são de desigual tamanho; medem de largura dedo e meio ou dois; são acuminadas, lustrosas, com um nervo largo, no sentido longitudinal e veias transversais; as folhas se assemelham às da nogueira (Juglans), mas são mais agudas. Esta planta produz abundante flósculos, em forma de cacho, de cor amarelada-clara. Depois das flores, brotam umas ameixas amarelas, semelhantes às nossas, quanto ao tamanho e formato, com uma pouca casca; são de sabor ácido e contêm um caroço grande, formado de filamentos lenhosos, não duro, mas cede facilmente aos dentes; dentro deste caroço, se encontra um núcleo branco-amarelado. As folhas desta árvore (também a madeira) são de sabor acre notável e adstringente; são aptas para despertar o apetite enfraquecido; servem também para acalmar a sede dos febricitantes. Das folhas novas trituradas prepara-se um tempero de agradabilíssimo sabor para carnes assadas. Um ramo desta árvore cortado e enfiado à terra, como bastão, logo deita raízes e cresce para formar árvore; daí vem que é encontrada freqüentemente junto das plantações e currais. A madeira é ver melha e flexível como o sobreiro, em cujo lugar pode ser usado; com ela se fabricam rolhas para tampar garrafas.
História natural do Brasil.
Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado